Grande Belém

Falta de estacionamento gera muitas multas

A equipe do DIÁRIO registrou algumas irregularidades cometidas por quem não consegue estacionar. Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará.
A equipe do DIÁRIO registrou algumas irregularidades cometidas por quem não consegue estacionar. Foto celso Rodrigues/ Diário do Pará.

Pryscila Soares

A frota da capital paraense foi calculada em 506.545 veículos no ano passado, de acordo com dados do Departamento de Trânsito do Estado do Pará (Detran). Circulando pelos corredores de tráfego de Belém é possível notar uma infração de trânsito bastante comum: o estacionamento/parada de veículos na pista de rolamento e em locais proibidos como canteiros e calçadas.
A prática irregular costuma gerar multas e até o guinchamento de veículos quando flagrada pelos órgãos de trânsito. Em alguns pontos da cidade, como na Travessa 9 de Janeiro entre as avenidas Governador José Malcher e Magalhães Barata, no bairro de Nazaré, existem placas do lado esquerdo da via informando que não é permitido estacionar entre 7h e 20h, de segunda a sexta-feira. O objetivo seria melhorar a fluidez do trânsito neste período.
Mesmo assim, dezenas de veículos estacionam na lateral da pista ao longo do dia. Moradora da área há várias décadas, a advogada Vera Yokoyama, 72, não concorda com a norma que limita o estacionamento de veículos no local. “Aqui tem hospital, clínicas e lojas. Os carros vêm para esses locais e não têm onde estacionar. Eles (órgão de trânsito) colocam uma placa proibindo e fica desse jeito”, disse.

CANTEIRO
Na manhã de ontem (16), a reportagem do DIÁRIO flagrou veículos estacionados no canteiro central, que também serve de calçada, na Avenida Visconde de Inhaúma, no bairro da Pedreira, impedindo o ir e vir da população. O taxista Paulo Cunha, 55, atua há 32 anos no local e relata que a falta de estacionamento nas vias do entorno prejudica até mesmo a atividade dos taxistas, uma vez que restam poucas vagas destinadas aos táxis.
“Não tem espaço (para estacionar). Olha como está o canteiro, cheio de carros. Sobrou pra gente um espaço, que a Semob autorizou pra colocar aqui. Ciclovia fica cheia de carros. As calçadas estão todas quebradas. É fácil chegar e guinchar o carro, mas não há condições para o motorista estacionar”, afirma Paulo.
Outra via que costuma registrar estacionamento irregular na pista de rolamento e filas duplas é a Avenida Nazaré, sobretudo nas áreas onde há escolas. No perímetro entre a Travessa Quintino Bocaiuva e a Avenida Generalíssimo, condutores de transporte escolar conseguiram liberação junto à Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) para estacionar em frente a uma escola sem ter prejuízo de multas.
Luiz Cláudio Silva, 60, é um dos motoristas do transporte escolar beneficiados com a autorização. Ele costuma chegar pelo menos uma hora e meia antes do horário de saída dos alunos para garantir a sua vaga no local. Segundo ele, sem alternativa, os responsáveis dos alunos estacionam na área ou até mesmo param em fila dupla na hora de buscar os filhos. “Aqui tem multa direto, dos pais de alunos. A gente conseguiu essas placas com a Semob. Antes, nós éramos multados. Às vezes quando chego passando do horário, não consigo estacionar. Por isso que eu chego cedo”, declara.

SEMOB
A Semob informou, por meio de nota, que mantém fiscalização regular com agentes de trânsito em rondas com viaturas e motocicletas, com o apoio do guincho, para coibir o estacionamento irregular e proibido para garantir a fluidez, realizando autuação e até a remoção do veículo quando há flagrante de infração.
A Autarquia reforça que os agentes de trânsito realizam fiscalização na cidade, inclusive na Travessa 9 de Janeiro foi intensificada, com uso do guincho nos períodos da manhã e tarde.