Pará

Exército dos EUA faz treinamento no Pará

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Militares do 2º Batalhão de Infantaria de Selva deram instruções sobre sobrevivência na selva e os norte-americanos também puderam experimentar iguarias regionais. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.
Militares do 2º Batalhão de Infantaria de Selva deram instruções sobre sobrevivência na selva e os norte-americanos também puderam experimentar iguarias regionais. Foto: Ricardo Amanajás / Diario do Pará.

Diego Monteiro

O Exército Brasileiro, por meio do Comando Militar do Norte (CMN), deu início à primeira etapa da Operação Core 23 (Combined Operation and Rotation Exercise). Na tarde de ontem, 170 dos 300 soldados norte-americanos, que desembarcaram no dia 31 de outubro em Belém, participaram de um treinamento em ambiente de selva e instruções para obtenção de alimentos de origem vegetal, em Ananindeua.

Os soldados do Exército dos Estados Unidos da América (EUA) viveram uma imersão nos sabores típicos da flora amazônica e tiveram a oportunidade de conhecer de perto frutas e raízes que servem como fontes de energia em situações de sobrevivência na selva. Essa fase inicial do trabalho está a cargo dos militares do 2º Batalhão de Infantaria de Selva (2º BIS) e continuará até este sábado, dia 4.

Para o coronel Rodrigo Ribeiro, esse momento é de extrema importância para o país. “É bastante relevante esse relacionamento entre forças armadas de diferentes países, para que possamos mostrar um pouco do que é o nosso trabalho. Isso nada mais é do que um treinamento para que a gente possa ter a região amazônica como a nossa aliada em momentos críticos”, explicou.

Durante as instruções, chamou a atenção dos soldados dos EUA a rica biodiversidade local, os métodos de preparo de diversos alimentos e frutas que são características da região. O tucupi, tacacá, açaí, caju, jaca, tapioca e outros, por exemplo, foram uma experiência inédita para todos os norte-americanos, que tiveram a oportunidade de degustar essas iguarias pela primeira vez.

O segundo-sargento americano Johnson Cameron descreveu a experiência como inesquecível. “Eu não tenho nada disso nos Estados Unidos, então foi muito bom provar essas frutas e saber como é tirada da natureza e o preparo antes da ingestão. Esta é a primeira vez que estamos nesta região. O clima e tudo que estamos vivendo é bem novo, uma experiência nova”, disse.

A primeira-tenente Ropison Spec compartilha do mesmo pensamento. “Essa é uma vivência muito boa para nós. Tem sido uma imersão de coisas novas e diferentes, o melhor é que estamos nos jogando. Certamente, o aprendizado que vamos tirar daqui vai ajudar bastante no nosso trabalho e também como indivíduos. Agora é experimentar esses sabores, que inclusive, estou gostando muito”, contou.

Programação

Até este sábado, os militares norte-americanos passarão pela primeira fase da Operação Core 23, que inclui uma série de instruções no âmbito do Estágio de Vida e Combate na Selva (EVCS).

Já a segunda fase terá início em 6 de novembro, na cidade de Macapá, no Estado do Amapá, com a realização do “Painel de Gênero – A Mulher Nas Forças Armadas”. Essa atividade consiste em um debate que reunirá militares convidados e especialistas de ambos os países para discutir os aspectos mais relevantes relacionados à participação das mulheres no Exército.

Por fim, a terceira e última fase envolverá um exercício operacional em campo, programado para ocorrer de 7 a 16 de novembro nos municípios de Ferreira Gomes, Oiapoque e no Distrito de Clevelândia do Norte, todos no Amapá. Nesta etapa, serão realizadas ações de assalto aeromóvel com o uso dos helicópteros do Exército Brasileiro e operações em ambiente de selva.

Exercício Core

O Exercício Core é resultado de um programa de cooperação assinado entre Brasil e Estados Unidos, que prevê exercícios bilaterais anuais até 2028. Por meio desses exercícios, as tropas dos dois países compartilham experiências e conhecimentos sobre doutrina, técnicas, táticas e procedimentos de defesa, com o objetivo de aprimorar a interoperabilidade entre os exércitos e desenvolver a doutrina militar terrestre.