Pela primeira vez na história do Exército Brasileiro, jovens mulheres que completam 18 anos em 2025 podem se alistar de forma voluntária para o Serviço Militar Inicial. O prazo para inscrição vai até o próximo dia 30 de junho e pode ser feita pelo site alistamento.eb.mil.br.
No Comando Militar do Norte (CMN), que abrange Pará, Amapá e Maranhão, foram disponibilizadas 55 vagas. A iniciativa já atraiu mais de 2.500 inscrições na área da 8ª Região Militar. O Pará aparece como o quarto estado com maior número de candidatas, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Amazonas e Rio Grande do Sul.
De acordo com o Major Honorato, responsável pelo processo seletivo no CMN, 1.010 mulheres serão incorporadas ao Exército ainda este ano, distribuídas em 14 cidades. A capital paraense, Belém, será a sede da incorporação na região Norte. A expectativa, segundo o oficial, é que nos próximos cinco anos esse número chegue a 6 mil mulheres incorporadas em todo o país.
“O alistamento feminino é uma oportunidade para as mulheres contribuírem com suas habilidades e fortalecerem a capacidade combativa do Exército”, destaca o Major.
Atualmente, as mulheres representam cerca de 7% do efetivo do Exército Brasileiro, atuando como oficiais, sargentos e cabos especialistas. Só no Comando Militar do Norte, aproximadamente 450 militares do sexo feminino já ocupam funções em diversas áreas.
Histórico da participação feminina no Exército
A participação das mulheres nas Forças Armadas teve início na década de 1990. Em 1992, formou-se a primeira turma do Quadro Complementar de Oficiais (QCO). Nos anos seguintes, elas passaram a ingressar em outras áreas como o Instituto Militar de Engenharia (IME), Quadro de Saúde, Quadro Técnico e, mais recentemente, na Linha de Ensino Militar Bélico — com acesso à Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) e à Escola de Sargentos das Armas (ESA).
A Primeiro-Tenente Jaqueline Roieski, que ingressou no Exército em 2023 pela Escola de Saúde e Formação Complementar (ESFCEx), vê a ampliação da participação feminina como um marco histórico.
“Assim como Maria Quitéria, que entrou para o Exército em 1823 e foi reconhecida por sua bravura, as novas recrutas terão a chance de desenvolver liderança, ética, disciplina e espírito de corpo. É um passo importante para o crescimento pessoal e profissional dessas mulheres”, afirma.