Afastado do cargo por decisão judicial, o ex-prefeito de Ananindeua, Daniel Santos (PSB), está sendo acusado de tentar articular uma manifestação paga em sua defesa. Segundo informações que circulam em redes sociais e grupos de mensagens, o ato estaria sendo organizado com promessa de pagamento de R$ 25 por participante, além de transporte em ônibus supostamente custeados com recursos públicos.
De acordo com o jornalista e analistas políticos locais, a mobilização teria como objetivo criar uma falsa sensação de apoio popular ao ex-gestor, investigado no âmbito da Operação Hades, conduzida pelo Ministério Público do Pará (MPPA). Daniel é apontado como o líder de um esquema de corrupção, com fraude em licitações e lavagem de dinheiro, que teria desviado recursos em contratos que somam mais de R$ 115 milhões.
Denúncias e Investigações Contra Daniel Santos
Áudios reforçam denúncia
Mensagens de áudio que circulam nas redes sociais sugerem que os organizadores do protesto estariam recrutando pessoas com pagamento em dinheiro e transporte gratuito. A estratégia foi duramente criticada por políticos e internautas, que veem a ação como uma tentativa de manipular a opinião pública e deslegitimar as investigações em curso.
Afastamento e bloqueio de bens
Daniel Santos foi afastado por decisão do desembargador Pedro Pinheiro Sotero, do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA), por um período de seis meses. A decisão, baseada em um relatório de mais de 300 páginas do MPPA, inclui ainda o afastamento de outros servidores, como o secretário municipal de Saneamento e Infraestrutura, Paulo Roberto Cavalleiro de Macedo, e o membro da Comissão Permanente de Licitações, Manoel Palheta Fernandes.
Apesar de o TJPA ter negado o pedido de prisão preventiva, foi determinado o bloqueio de bens dos envolvidos — R$ 131,8 milhões apenas para Daniel Santos e sua empresa, a Agropecuária J D EIRELI. Também foi exigida a entrega dos passaportes e autorizadas buscas e apreensões em residências e empresas ligadas aos investigados.
Detalhes da Operação Hades
A Operação Hades revelou um esquema de direcionamento de licitações que beneficiaria empresas específicas — entre elas, a EDIFIKKA e a DSL, ligadas ao empresário Danillo Linhares — com contratos milionários e cláusulas restritivas nos editais.