Belém sediará em 21 e 22 de junho de 2023 a Conferência Panamazônica de Bioeconomia, que reunirá mais de 200 especialistas locais, regionais e internacionais na capital paraense.
O encontro, facilitado por mais de vinte organizações envolvidas com o desenvolvimento
sustentável da região, reunirá líderes influentes dos nove países amazônicos, incluindo
representantes de diferentes níveis de governo, povos indígenas, academia, empresas,
finanças, ONGs, empresas locais, coletivos e movimentos sociais. O objetivo é fomentar o
diálogo, promover a troca de ideias e explorar soluções viáveis que priorizem a
preservação e o uso sustentável dos recursos da Amazônia.
A Conferência foi estruturada com nove mesas de trabalho que abordarão temas desde
negócios indígenas até a importância de um alinhamento sobre as crescentes
oportunidades de financiamento para apoiar um modelo de bioeconomia sustentável, que
proteja os recursos naturais, o patrimônio cultural e o modo de vida dos habitantes da
Amazônia, e a criação de uma rede panamazônica de bioeconomia.
As ideias e recomendações criadas durante o encontro serão posteriormente apresentadas aos chefes de estado dos nove países amazônicos durante a Cúpula da Amazônia, prevista
para agosto de 2023.
O evento é facilitado e apoiado por Aliança Empresarial pela Amazônia, Amazon Sustainable Landscapes Program, Banco Mundial, Bezos Earth Fund, CLUA,
Concertação pela Amazônia, Conservação Internacional, Cooperação Alemã
implementada por GIZ, Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica
(COICA), GEF, Governo da França, Governo do Canadá, IADB, Instituto Sinchi, IPAM,
Nature Finance, NESst, Painel Científico pela Amazônia, Partnerships for Forest, USAID,
Visão Amazônia, WRI e WWF.
Rachel Biderman, vice-presidente Sênior para as Américas da Conservação Internacional
(CI) comentou:
“A conferência reunirá pela primeira vez uma grande quantidade de atores
de diversos segmentos dos países amazônicos para construir uma visão conjunta que
viabilize economias que sejam socialmente inclusivas, compatíveis com o desafio
climático e de proteção da biodiversidade, e de preservação de 80% da Amazônia para
evitar seu ponto de não retorno (“tipping point”). Espera-se que as recomendações a
serem formuladas no encontro para os chefes de estado dos 9 países amazônicos sejam
acolhidas por eles em seu encontro na Cúpula da Amazônia de agosto”.
A recente COP 26 da UNFCCC foi marcada por um ponto de inflexão significativo, já que
os países reconheceram o papel fundamental de preservar, conservar e restaurar a
natureza para alcançar os objetivos previstos no Acordo de Paris. Além disso, a 15a COP
da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica foi palco do “Marco de
Biodiversidade Global de Kunming-Montreal” (GBF) assinado por 188 governos.
De maneira alentadora, várias partes interessadas, incluindo as comunidades indígenas, as
instituições acadêmicas, os líderes empresariais de bioeconomia, as organizações da
sociedade civil e os coletivos sociais estão cada vez mais convergindo em um paradigma
econômico alternativo para salvaguardar a biodiversidade, a cultura e os modos de vida
da Amazônia.
Os principais resultados esperados para a Conferência incluem a criação de um
documento de propostas conjuntas que aponte as prioridades e recomendações cruciais
para dar escala à bioeconomia a nível panamazônico. Os participantes irão trabalhar
colaborativamente para a co-criação deste documento, a partir de seus diversos
conhecimentos e experiências.
Além disso, o evento busca gerar interesse no estabelecimento de uma sólida rede de instituições comprometidas com a colaboração de longo prazo para o desenvolvimento da bioeconomia na região, que será um recurso valioso para implementar as propostas e fomentar a cooperação contínua.
A metodologia da conferência é enfática ao elevar as vozes e experiências dos
participantes locais. No decorrer dos dias, painéis de especialistas e mesas redondas
temáticas facilitarão debates significativos e gerarão ideias inovadoras.
“Essa conferência pioneira representa um importante passo à frente no esforço coletivo
para a proteção da Amazônia, a preservação de sua incomparável biodiversidade e a
garantia do modo de vida de seus habitantes. É um testemunho do crescente impulso e
do compromisso das partes interessadas dos vários setores para redefinir os paradigmas
econômicos e o avanço da agenda de bioeconomia sustentável na região”, conclui
Adriana Lobo, Diretora de Presença Global e Ação Nacional do World Resources Institute
(WRI).