Trayce Melo
Com o objetivo de debater sobre os 60 anos do golpe militar no Brasil, a Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), realizou ontem (01), a abertura do seminário “60 anos do Golpe Civil-Militar de 1964”, no Auditório do Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará (IGEPPS), em Belém. A programação é gratuita e segue até o dia 05 de abril.
A iniciativa é uma parceria com a Secretaria de Estado de Cultura (Secult), o Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Estado do Pará (IGEPPS) e o Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Pará (PPHist/UFPA).
“A universidade, como o próprio programa de pós-graduação de história é onde temos a reunião dos pesquisadores que discutem o tema. Mas mais do que isso, é onde nós temos a produção acadêmica que discute os 60 anos da ditadura militar no Brasil e especialmente no Pará e na Amazônia”, pontua o Coordenador do Programa de Pós-Graduação em História Social da Amazônia da UFPA, Francivaldo Nunes.
“A universidade, a partir dos seus estudantes, foi um grande espaço de resistência à ditadura militar, através dos seus alunos e dos seus professores. Então a gente tem hoje, que na época eram alunos, hoje são professores. A própria professora Edilza Fontes, que coordena esse evento, foi uma das pessoas que militou como estudante e hoje luta para que as marcas da ditadura não sejam esquecidas”, explica.
O seminário conta com uma vasta programação, que inclui palestras, apresentações de pesquisas ligadas ao tema, a exposição sobre as “Memórias da Ditadura” e o lançamento de livros, como o livro “Amazônia e a ditadura militar no Brasil”, que reúne pesquisas desenvolvidas por professores do Programa de Pós-Graduação em História da UFPA (PPHist).
Entre os convidados para participar do seminário estão pesquisadores e personagens que atuaram de forma social, política e cultural durante o período da Ditadura Civil-militar, como é o caso do jornalista, ex-deputado federal e membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, que abriu o seminário levando como tema “Memória e Verdade: Lembrar para não esquecer”.
“Diante da importância de se discutir o período e as consequências da ditadura, o Estado do Pará está de parabéns por essa iniciativa hoje (ontem) 1º de abril, data tão emblemática. É um debate que revela a sintonia do Estado com a operação de resgatar o passado para que ele nunca mais se repita. Não é possível falar do Pará sem falar da Cabanagem, não é possível falar do campo paraense sem falar do Araguaia”, elogia.