Após a estridente reação contrária dos sócios, o evento com o casal Bolsonaro marcado para ser realizado na sede campestre da Assembléia Paraense, em Belém, na próxima semana, terá que ocorrer em outro lugar. O clube decidiu cancelar o que estava combinado com os promotores da vinda do ex-presidente e sua esposa para a capital paraense, e agora Bolsonaro e Michelle terão que se apresentar para os simpatizantes em outro local.
O clube emitiu na tarde desta quinta-feira 2, uma nota oficial confirmando o cancelamento do evento. A decisão já foi comunicada aos contratantes.
“Em que pese a simples locação do espaço estar em conformidade com o nosso estatuto, a decisão se dá por fato superveniente à assinatura do instrumento. Ocorre que, conforme ampla divulgação, trata-se de evento de massa, com uma quantidade esperada de pessoas muito maior do que a estimada nas tratativas para a assinatura do contrato, o que poderia colocar em risco a segurança dos nossos associados e do nosso patrimônio”, informou o clube através da nota.
Filiados ao PL, eles devem desembarcar em Belém no dia 7 de maio, próxima terça-feira, a partir das 18h30, e a confirmação de que um dos clubes mais tradicionais e elitistas de Belém daria palco para a recepção a eles revoltou boa parte dos sócios. De acordo com o regimento interno da AP, tal movimentação seria proibida.
“Os órgãos dirigentes não adotarão qualquer atitude de proselitismo político-partidário ou religioso, reprimindo qualquer iniciativa neste sentido”, informa o artigo 123 do capítulo VI do regimento, que trata sobre disposições gerais.
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Através das redes sociais, os associados reclamaram não terem sido consultados pela diretoria do clube e ameaçaram até vender seus títulos – que custam alguns milhares de reais e ainda são vinculados a uma mensalidade de R$ 600.
No entanto, após uma acalorada reunião ordinária convocada às pressas na noite de terça-feira, 30, ficou decidido que o evento não seria mais realizado na AP.
INELEGÍVEL
Jair Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023, contados a partir das Eleições 2022. Ficou reconhecida a prática de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho do ano passado. Essa foi apenas a primeira condenação.
No fim do ano, o ministro Benedito Gonçalves, do Tribunal Superior Eleitoral, decidiu condená-lo à inelegibilidade pela terceira vez. O caso diz respeito ao abuso de poder durante as comemorações do 7 de setembro de 2022.
Cada condenação corresponde a oito anos sem poder se candidatar. Contudo, o prazo não se acumula, ou seja, deve ser contado apenas uma vez, a partir da data do segundo turno das Eleições Gerais de 2022. Dessa maneira O ex-presidente continua impedido de participar das eleições até 2030.
