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Em Nova York, Helder defende agenda climática financiada pelo Norte Global

Helder Barbalho também destacou a bioeconomia como agenda prioritária do Brasil na transição para a economia de baixo carbono
Helder Barbalho também destacou a bioeconomia como agenda prioritária do Brasil na transição para a economia de baixo carbono

Em Nova York, nos Estados Unidos, onde participa da Climate Week NYC, o governador do Pará, Helder Barbalho, defendeu nesta segunda-feira (18) que os países do Norte Global (mais desenvolvidos), financiem a agenda climática de preservação nos países do hemisfério sul, considerados em desenvolvimento.

Helder Barbalho se pronunciou durante o evento “Transformação Ecológica no Brasil e na Amazônia”, promovido pela organização do terceiro setor The Nature Conservancy (TNC), na programação da Semana do Clima.

O governador foi um dos palestrantes de destaque no evento, que contou ainda com a participação de John Kerry, enviado especial para o Clima, dos Estados Unidos; Fernando Haddad, ministro da Fazenda do Brasil; Sônia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas do Brasil, e Jennifer Morris, CEO da TNC.

“O Sul Global se dispõe a preservar o seu ativo, que é a floresta, mas o Norte Global precisa assumir a sua responsabilidade com o financiamento do clima, do modelo que nos propõe. O Norte Global teve como modelo a indústria, e o Sul Global se dispõe a ter como modelo a sustentabilidade, garantindo que isso produza oportunidades para as pessoas”, frisou o governador do Pará.

Bioeconomia – Helder Barbalho destacou a bioeconomia como agenda prioritária do Brasil na transição para a economia de baixo carbono. “O Estado do Pará tem buscado fazer a transição do seu modelo econômico, buscando uma economia de baixo carbono, em um momento de sintonia governamental em favor do meio ambiente, em favor da construção desse novo tempo, que é certamente um ativo do Brasil. O Plano de Bioeconomia do Pará (PlanBio), o único plano público do Brasil nesse sentido, estima que nós podemos dobrar o PIB do nosso Estado a partir da bioeconomia, alavancando em 120 bilhões de dólares, o que significa apenas 253 milhões de dólares por ano”, frisou.

O governador destacou também que, nos últimos quatro anos, o Brasil passou por um processo de negacionismo ambiental, levando os estados subnacionais ao protagonismo na instituição de políticas públicas nos seus territórios. “No Pará, criamos a Política Estadual de Mudanças Climáticas e o Programa Estadual Amazônia Agora, que balizam ações do nosso governo e perpassam, inicialmente, pelo combate e redução do desmatamento”, informou.

Redução do desmatamento – “Destaco aqui que reduzimos, em agosto, 70% os alertas de desmatamento em relação ao mesmo período de 2022. Somente nos últimos 18 dias do mês de setembro já reduzimos em 78% os alertas, em comparação com os primeiros 18 dias desse mesmo período do ano anterior. Portanto, nós temos feito o dever de casa, com o compromisso na Amazônia e no Brasil”, afirmou Helder Barbalho.

O governador enfatizou que, “sem comando, controle e fiscalização nós não vamos adiante. Mas apenas com isso, certamente, teremos grandes chances de retrocessos logo, porque estamos falando de floresta; mas estamos falando de uma região que, sozinha, contém 29 milhões de pessoas, que precisam ter emprego, renda e oportunidades. Eu falo de gente como os povos tradicionais de comunidades indígenas, quilombolas, ribeirinhos, pescadores, extrativistas, mas também de milhões de brasileiros amazônidas que vivem em centros urbanos e precisam, portanto, ter oportunidade de empregos voltados à economia de baixo carbono. Acho que esse é o nosso grande desafio: transformar a bioeconomia na nova agenda do Brasil”.

Parceria pela preservação – Helder Barbalho enfatizou, ainda, que o Estado está implementando um sistema de Pagamento por Serviços Ambientais, em parceria com a TNC.

“Destaco a construção do nosso sistema de Pagamento por Serviços Ambientais, em parceria com a TNC, que ainda este ano iniciará um processo, ainda de pequena escala, mas de alta relevância. Serão mil produtores rurais, da agricultura familiar, que sairão da atividade da produção para a atividade da remuneração pela preservação, recebendo quatro vezes mais o que a agricultura familiar produz hoje.