DESCUMPRIMENTO DO PISO

Educadores de Ananindeua lutam por reajuste e paralisam na terça

Os trabalhadores da educação de Ananindeua rejeitaram, por unanimidade, a proposta de reajuste salarial apresentada pelo prefeito Daniel Santos

Os trabalhadores da educação de Ananindeua rejeitaram, por unanimidade, a proposta de reajuste salarial apresentada pelo prefeito Daniel Santos
Os trabalhadores da educação de Ananindeua rejeitaram, por unanimidade, a proposta de reajuste salarial apresentada pelo prefeito Daniel Santos. Foto: Sintepp Ananindeua

Ananindeua - Os trabalhadores da educação de Ananindeua rejeitaram, por unanimidade, a proposta de reajuste salarial apresentada pelo prefeito Daniel Santos, durante uma Assembleia Geral realizada ontem pela manhã, na sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação Pública do Pará (Sintepp). Na ocasião, a categoria também decidiu por uma paralisação geral da educação no município, marcada para a próxima terça-feira (8), com mobilização em frente à sede da prefeitura. Caso o prefeito não avance nas negociações, os educadores e trabalhadores anunciaram que irão decretar greve geral na educação de Ananindeua.

No dia 1º de janeiro deste ano, os professores e pedagogos de Ananindeua deveriam ter recebido o reajuste do piso salarial, conforme o que aconteceu em outras partes do país, mas a prefeitura não cumpriu essa medida. Durante as negociações, o Sintepp propôs não apenas o reajuste do piso salarial, mas também um aumento de 40%.

“Por exemplo: se o piso fosse de R$ 1.000,00, ele subiria para R$ 1.400,00 com a nossa proposta. Quando o Daniel assumiu em 2019, recebíamos o piso mais 30%. Hoje, recebemos quase apenas o piso. O prefeito impôs um processo de desvalorização dos nossos salários! Queremos que Daniel Santos deixe os nossos vencimentos no mesmo nível em que estavam quando ele assumiu a prefeitura, como ele tanto gosta de alardear”, afirma Antônio Seabra Nascimento, coordenador geral do Sintepp Ananindeua.

Para os funcionários das escolas, a prefeitura apresentou uma proposta de 7,51% de reajuste, o que, segundo o sindicato, também não atende às necessidades da categoria. O sindicato defende que os trabalhadores de nível médio recebam 2 salários mínimos de salário-base, os de nível superior, 3 salários mínimos, e os trabalhadores da educação básica, que atualmente recebem apenas R$ 1.000,00, recebam o salário mínimo mais 20% na base. Nenhuma dessas propostas foi aceita pelo prefeito Daniel Santos. “Hoje, nosso vale-alimentação é de R$ 600,00, e propusemos R$ 1.200,00, mas a prefeitura nos ofereceu apenas R$ 700,00, ou seja, um reajuste de apenas R$ 100,00”, critica Seabra.

Reivindicações e Impacto na Educação

Além das questões econômicas, a pauta dos trabalhadores da educação inclui a contratação de mais acompanhantes para alunos com deficiência (PCD), mais auxiliares de classe, merendeiras e vigias nas escolas, além de mais materiais e suporte pedagógico. “Hoje, as escolas de Ananindeua enfrentam diversos problemas, como sobrecarga de trabalho, que tem levado muitos trabalhadores à doença. Atualmente, a maioria dos afastamentos por questões de saúde em Ananindeua são de trabalhadores da educação”, denuncia o sindicalista.

O dirigente deixou claro que, caso a negociação não avance, a categoria realizará uma grande greve, paralisando todas as escolas do município. “A paralisação de terça-feira será um aviso ao prefeito para que ele nos receba, já que os representantes da Secretaria Municipal de Educação não têm autonomia para avançar nas propostas. A palavra final é do prefeito, e queremos negociar diretamente com Daniel Santos”, afirmou o coordenador do Sindicato.

Piso Salarial e Descumprimento

O Piso Salarial Profissional Nacional do magistério público da educação básica foi reajustado em 6,27% a partir do dia 31 de janeiro, conforme publicado no Diário Oficial da União (DOU). O valor mínimo definido pelo Ministério da Educação (MEC) para 2025 é de R$ 4.867,77 para a rede pública de todo o país, com jornada de 40 horas semanais, mas essa medida não está sendo cumprida pelo prefeito Daniel Santos. O atraso já chega a dois meses.