Pará

DICAS DE VERÃO: Praias também podem transmitir doenças

Pryscila Soares

A junção das altas temperaturas com o período de férias escolares aumenta significativamente a busca da população por praias, clubes e balneários. Mas, os veranistas devem priorizar a saúde mantendo certos cuidados, uma vez que nestes locais existem alguns riscos, sobretudo para o público infantil. Os pais precisam ficar atentos.

É o que afirma a médica pediatra Michaelle Junko. Ela faz um alerta ressaltando que os banhistas podem ser acometidos, por exemplo, com infecções gastrointestinais e de pele e, também, ser vítimas de acidentes com animais aquáticos como arraia e água viva.

“Doenças gastrointestinais podem ser causadas por vírus, bactérias ou parasitas, que são transmitidas por alimentos, água e materiais contaminados, como louças/copos. A higienização das mãos é de extrema importância para evitar essas infecções. O armazenamento dos alimentos também deve ser adequado para evitar intoxicações alimentares”, esclarece.

Dentre as patologias, a médica cita a salmonelose, uma infecção bacteriana comum nesta época. Além disso, o rotavírus também é um causador frequente de diarreia, tanto em adultos quanto em crianças. “Já a toxoplasmose pode ser adquirida através da ingestão de carnes contaminadas cruas ou mal cozidas ou saladas cruas com higienização precária”, informa.

PELE

Além dos vírus e bactérias, existe também o risco das doenças de pele como o bicho geográfico (larva migrans), que é facilmente transmitida em regiões de areia/solo contaminado com fezes de animais. Segundo a especialista, geralmente a infecção ocorre nos pés, uma vez que a maioria das pessoas anda descalça nestes locais. “As micoses (infecções causadas por fungos) também são muito comuns nessa época, como as famosas impingens (tineas) e pano branco (tinea versicolor)”, acrescenta.

CUIDADOS

Frequentadora assídua das praias da ilha de Mosqueiro, a autônoma Maria de Lurdes Ferreira 65, costuma agir com cautela para evitar as doenças que assolam os veranistas. Uma das preocupações é não comer alimentos cuja procedência é desconhecida. Apesar de ter uma casa na ilha, a família dela gosta de se reunir e levar a comida de casa para fazer a refeição na praia.

“Gosto de ir para Mosqueiro, tenho uma casa lá e vou neste último final de semana. Levo minha comida, arroz, feijão e a gente também leva dois tijolos e carne para assar na hora. Às vezes compro camarão e ovo de codorna para tirar gosto. Mas comida de praia eu não como, porque tenho medo de pegar infecção e bactéria. Tem gente que pega bactéria e fica com diarreia e vômito, por isso prefiro fazer na hora”, assinala.

Natural de Gurupá, no nordeste paraense, o estudante Rogério de Freitas, 25, costuma frequentar os igarapés da região, acompanhado da família. Por esse motivo, ele já foi acometido com algumas doenças de pele. “Tem muitos igarapés lá. Já peguei frieira e micose. Isso acontece. Às vezes passo pomada e tento evitar locais sujos”, disse.

Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.