Pará

DICAS DE VERÃO: É hora de voltar à rotina!

O Sindicato esclareceu que, mesmo diante da orientação, cada estabelecimento tem a liberdade de definir sua própria estratégia de funcionamento.
Foto: Irene Almeida
O Sindicato esclareceu que, mesmo diante da orientação, cada estabelecimento tem a liberdade de definir sua própria estratégia de funcionamento. Foto: Irene Almeida

Ana Laura Costa

Os dias de descanso longe das obrigações de trabalho e estudo terminaram. E agora? Mas é hora de voltar à rotina, e esse processo pode vir acompanhado de pitadas de frustração, sonolência e desânimo para as crianças, mas também para os adultos.

De acordo com a psicóloga clínica Caroline Cavalcante, o maior problema enfrentado por todos que estão nesse pique ‘depressão-pós férias’, é motivado pela mudança do padrão de sono, alimentação e atividades durante o período das férias escolares, onde as pessoas dormem e acordam mais tarde e ficam sem uma rotina pré-definida.

“Com a volta às aulas e ao trabalho, esse padrão, mais uma vez, vai mudar. Então, nós temos ali, muitas vezes, alguns horários pré estabelecidos, atividades que a gente tem que desenvolver e horário a cumprir. Nossos hábitos mudam mais uma vez e faz com que o nosso organismo, que estava acostumado ao período de férias, tenha um pouco de dificuldade nesses primeiros momentos para voltar a se adaptar à essa rotina”, explica.

Nos primeiros dias, ainda de acordo com a psicóloga, é comum as pessoas se sentirem sonolentas e menos ágeis em situações que precisam tomar iniciativa ou realizar atividades. Mas o cansaço também é um sintoma comum durante a readaptação da rotina.

“As pessoas podem se sentir mais cansadas sim e, além disso, com a mudança no padrão de sono, e até mesmo da alimentação, elas podem sentir impactos tanto na memória como na atenção, fazendo com que elas se sintam menos produtivas. Mas esse momento é um momento de readaptação. Então, ela vai ter esse impacto inicial, porém, durante alguns dias ali, com o passar do tempo e dando continuidade nessas atividades, dessa rotina, a pessoa vai voltando a fazer as atividades como antes ela fazia, até se tornar de fato um hábito”, ressalta.

E o fim das férias com o retorno das aulas pode ser um momento desafiador para as crianças. Mas há um jeito de tornar esse processo menos sofrido para os pequenos. Estabelecer o horário de dormir e se alimentar, por exemplo, é um começo. Ir organizando a própria rotina da casa, assim como definir as atividades que as crianças podem realizar ao fim de semana e separar o momento para brincar com os amigos, por exemplo, é uma forma de ir readaptando esse cotidiano também, explica Cavalcante.

“Além disso, criar ferramentas para auxiliar na identificação e nas tarefas que aquela criança vai fazer também é uma boa. Então, se ela for uma criança muito visual, coloque no calendário que ela possa ver ou diga no dia anterior quais são as atividades que ela vai realizar no dia seguinte, assim como qual é a matéria que ela vai ter na escola, e assim por diante”, destaca.

As crianças podem sentir o retorno à rotina do dia a dia, após um mês sem atividades escolares
FOTO: irene almeida

ECONOMIA

E na hora de retomar a rotina, os compromissos financeiros também aparecem, já que o mês de julho é uma época muito esperada para quem juntou aquela grana, ou não, para curtir, viajar e consumir. O economista, consultor financeiro e conselheiro do Conselho Regional de Economia dos Estados do Pará e Amapá (Corecon PA/AP), Nélio Bordalo, dá dicas para quem meteu os pés pelas mãos nessas férias e quer reorganizar a vida financeira neste segundo semestre.

Segundo ele, o primeiro passo é fazer um levantamento dos valores gastos no cartão de crédito para saber se existe disponibilidade financeira para pagar quando chegar, em agosto, a fatura. “Ou seja, esse levantamento serve para saber se a pessoa vai conseguir pagar o valor total da fatura, o valor mínimo ou outro valor acima do mínimo. Lembrando que existem ainda outros compromissos normais do orçamento mensal, pessoal ou da família, como água, energia, supermercado, internet, entre outros”, orienta.

“Portanto, é prudente elaborar uma planilha financeira com todos os compromissos do mês, mais o valor que será definido para a fatura do cartão. Com essa planilha pronta, já é possível saber se a o dinheiro disponível pode pagar tudo ou se é necessário pedir um empréstimo pessoal, por exemplo”.

O economista destaca também que é importante não fazer novas dívidas até que todas as das férias sejam quitadas. “Se possível, procure outra fonte de renda para quitar as dívidas antigas e faça um planejamento financeiro para evitar cair na inadimplência e ficar com o CPF com restrição ao crédito”, completa.

Em alguns casos, a volta às aulas chega com novos gastos com material escolar. Bordalo dá dicas de como economizar para não ficar no ‘vermelho’ com mais essa despesa e adianta que toda a família precisa entrar na onda. “Nesse caso, tem que economizar em algum item do orçamento familiar, normalmente é o item de lazer que é sacrificado, ou seja, a família vai ter que abrir mão de passeios, comer fora de casa, barzinhos, para poder equilibrar o orçamento e não entrar no vermelho o resto do ano. É interessante que toda a família seja envolvida no processo de economizar em itens do orçamento mensal, tais como energia, gastos desnecessários ou despesas supérfluas”, destaca.

Por último e não menos importante, o economista orienta que o uso do cartão de crédito seja sempre feito com moderação. “Utilizar o cartão de crédito sem ter respaldo financeiro para pagar a fatura no valor integral é falta de planejamento financeiro. Muitas das vezes o limite do cartão de crédito é maior que a renda do usuário e isso gera uma bola de neve em dívidas. É importante saber usar o cartão de crédito dentro da possibilidade de pagar o valor integral da fatura ou o valor mínimo, que já gera um financiamento pela administradora do cartão e com juros elevados”, finaliza.