A família de Laurinda de Lourdes Soares Gonçalves, de 54 anos, denuncia a situação preocupante a qual ela está vivendo. De acordo com Rossivaldo Passos, 46 anos, marido da paciente, ela deu entrada na UPA da Cidade Nova na última terça-feira (17) quando procurou atendimento para falta de ar. Conforme o laudo médico emitido na última quarta-feira (18) pela UPA, o caso é de edema pulmonar e a paciente precisa ser transferida, o que os familiares reclamam da demora.
Ainda conforme Rossivaldo, a situação fica mais desesperadora porque a esposa dele é paciente renal crônica e realiza sessões de hemodiálise três vezes por semana, não sendo o serviço disponível na UPA. Ou seja, a paciente precisa urgentemente voltar a fazer o procedimento e ser transferida da unidade.
Rossivaldo denuncia ainda que há demora para a liberação das visitas na unidade, que ocorrem das 16h às 17h, e que os horários estão atrasando com frequência na Upa da Cidade Nova. “A gente vem de manhã para perguntar e eles não dão notícias atualizadas sobre o estado de saúde dela (Laurinda). Só vamos saber de tarde na hora da visita, quando dão o boletim médico”. Ele afirma ainda que quando pergunta sobre a transferência da esposa, o setor de assistência social informa apenas que deve aguardar.
O laudo médico ao qual o DIÁRIO teve acesso informa que já existe solicitação de transferência para unidade de suporte hospitalar, a qual segue no aguardo do processo regulatório.
O documento também comunica que a paciente “necessita de transferência urgente para leito de UTI em serviço de suporte hospitalar para tratamento de patologias com o CID-10: J81 (edema pulmonar)”, com a paciente encontrando-se em grave estado geral em intubação e sob ventilação mecânica.
Solicitamos um posicionamento da Prefeitura de Ananindeua sobre a situação referida ao longo desta reportagem, mas até o fechamento desta edição não tivemos retorno.
Prefeitura inaugurou PSM que não funciona
A Prefeitura de Ananindeua apresentou no dia 4 de julho deste ano o que seria o ‘novo’ Pronto-Socorro da cidade, aliás, primeiro e único até então. Mas, passados quase três meses, o local permanece com as portas fechadas à população.
Na época, o prefeito Daniel Santos (PSB), que é medico, estava sendo acusado pelos antigos donos do hospital Camilo Salgado de ter dado um calote milionário. A Prefeitura comprou o imóvel, que está localizado na avenida Mário Covas, mas não pagou totalmente os valores, devendo aproximadamente R$ 4,335 milhões.
Por uma decisão da Justiça do Estado, PSM só poderia funcionar quando a dívida fosse quitada. O calote se arrastava desde 2022. A decisão acabou sendo suspensa no dia 8 de julho pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Mas, mesmo assim, o hospital continua fechado e a população dispõe apenas de unidades de pronto-atendimento, e quem precisar de leitos deve recorrer aos hospitais e PSMs na capital.