Ananindeua - A crise na saúde pública de Ananindeua ganhou novos capítulos após denúncias de vereadores sobre a falta de atendimento em unidades de emergência. O Pronto-Socorro Municipal (PSMA), inaugurado há oito meses com promessas de melhorias, está praticamente vazio, enquanto pacientes são obrigados a buscar atendimento em Belém.
Vereadores Denunciam Abandono
O vereador Flávio Nobre (MDB) visitou o PSMA na última quarta-feira (26) e registrou um cenário desolador: enfermarias vazias, apenas quatro pacientes internados e uma UTI que nunca foi utilizada. Ele decidiu investigar após uma mulher em crise convulsiva ser recusada no local e ter que se deslocar para o Pronto-Socorro da Augusto Montenegro, na capital.
– “Temos quatro UPAs e uma população de 500 mil pessoas. Como esse hospital pode estar vazio? É surreal, parece um ‘pronto-socorro fantasma'”, afirmou Nobre, que vai protocolar um requerimento na Câmara para exigir explicações da prefeitura.
UPA do Icuí Também em Colapso
Enquanto isso, a vereadora Pâmela Wayne (MDB) denunciou a falta de médicos na UPA do Icuí. Ao visitar a unidade, ela encontrou pacientes desistindo do atendimento após horas de espera. Funcionários alegavam que havia apenas um médico disponível, que, segundo relatos, não atendia e estava em conversa com outros servidores.
Assista ao vídeo abaixo e confira como está o atendimento na UPA do Icuí
Além disso, equipamentos essenciais como raio-X, eletrocardiograma e laboratório estavam inoperantes, agravando a situação.
Prefeitura x Realidade
As denúncias contrastam com as declarações do prefeito Daniel Santos (PSB), que inclusive é médico e afirma que Ananindeua tem uma das melhores redes de saúde do Brasil. No entanto, o Ministério Público do Pará (MPPA) já pediu intervenção estadual no setor, evidenciando a gravidade do problema.
Flávio Nobre questiona:
– “Uma reforma de R$ 20 milhões para um prédio que não funciona? É falta de gestão ou irresponsabilidade?”
Enquanto a prefeitura não se manifesta, a população sofre com a falta de atendimento básico, sobrecarregando ainda mais os hospitais de Belém.