Pará

Dengue impulsiona vendas de repelentes no Pará

Dados comparam vendas de janeiro de 2023 e janeiro de 2024. Em contrapartida, em 11 estados, a venda caiu, apesar da alta incidência de casos
Foto: Reprodução
Dados comparam vendas de janeiro de 2023 e janeiro de 2024. Em contrapartida, em 11 estados, a venda caiu, apesar da alta incidência de casos Foto: Reprodução

Com a epidemia de dengue assolando o país, um recente levantamento realizado pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), com base em dados da consultoria IQVIA, revelou um cenário de aumento expressivo nas vendas de repelentes em 16 estados e no Distrito Federal. No Pará, o crescimento nas vendas foi notável, alcançando um impressionante aumento de 32% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Mais de 61 mil unidades foram comercializadas apenas em janeiro de 2024, refletindo a preocupação crescente da população com a proteção contra a doença.

O número de casos prováveis de dengue já superou 1 milhão no País. A venda de repelentes aumentou 24% em janeiro de 2024, comparado a janeiro de 2023. Porém, esse aumento foi de apenas dois pontos percentuais a mais do que a variação registrada entre 2022 e 2023, levando em conta também o mês de janeiro.

O maior aumento nas vendas de repelentes, de 509%, foi registrado no Distrito Federal, unidade federativa com incidência de 4.174,1 casos de dengue por 100 mil habitantes, a maior do Brasil. São 117.588 casos prováveis entre 1º de janeiro e 4 de março, 79 mil a mais, em comparação com o ano passado inteiro. A alta disseminação da doença ajuda a explicar a corrida ao comércio em busca dos repelentes.

Para um efeito protetor repelente eficaz, é necessária a escolha de um bom produto e o uso adequado deste. Foto: Reprodução

Surpreendentemente, em alguns estados onde o número de casos de dengue, deste ano, já supera (e muito) os registros do ano passado inteiro, a venda de repelentes caiu. Um exemplo é Minas Gerais. A incidência é de 1986,4 casos por 100 mil habitantes, ou seja, 407, 9 mil casos, mas a venda de repelentes está 14% menor, em janeiro deste ano, em comparação com janeiro do ano passado.

No Espírito Santo, terceiro Estado no ranking das maiores incidências no País (1.141,1 casos/100 mil hab. ou 43,7 mil casos notificados), o número de repelentes vendidos foi 38% menor em janeiro deste ano, do que em janeiro do ano passado.

O Conselho Federal de Farmácia alerta que o uso de repelentes é uma forma efetiva de prevenção contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue e, também, da Zika e da Chikungunya. “Especialmente em meio a surtos e epidemias como a que estamos vivenciando no momento”, destaca o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João.

Para um efeito protetor repelente eficaz, é necessária a escolha de um bom produto e o uso adequado deste. Uma dica é dar preferência aos que contenham a substância icaridina ou picaridina. Considerada a mais eficaz para repelir insetos, ela ainda tem uma proteção com duração maior em relação aos outros repelentes vendidos no mercado.

O presidente do CFF lembra que tão importante quanto se proteger das picadas do mosquito é contribuir para reduzir a proliferação do vetor. “Segundo dados do Ministério da Saúde, cerca de 90% dos focos do mosquito encontram-se nas residências, daí a urgência da eliminação de todo e qualquer criadouro”, destaca.
Outro cuidado fundamental é tomar a vacina. O imunizante Qdenga tem registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) com indicação para prevenção de dengue causada por qualquer sorotipo do vírus para pessoas de 4 a 60 anos de idade, independentemente de exposição prévia.

Na rede pública, o Ministério da Saúde acaba de orientar a ampliação da faixa etária a ser vacinada, para pessoas de 10 a 14 anos. A recomendação foi apresentada em Nota Técnica publicada nesta quarta-feira (6/03). Antes, o recomendado era que a estratégia fosse iniciada em pessoas de 10 a 11 anos de idade. A ampliação, portanto, busca alavancar a proteção entre o público-alvo.

Fonte: CFF