Irlaine Nóbrega
A venda de todas as espécies de pescado para fora do Pará ficará restrita entre os dias 14 e 28 de março, conforme o Decreto n° 3.755 do Governo do Estado do Pará. A medida pretende garantir o amplo abastecimento do mercado interno durante a Semana Santa. A limitação da venda será para espécies in natura, resfriado, fresco, congelado e salgado. Contudo, somente os pescados congelados que possuem selo sanitário do Serviço de Inspeção Federal (SIF) poderão ser vendidos normalmente.
Devido à tradição cristã, o peixe é a principal proteína consumida durante a Semana Santa. A alta demanda faz com que o alimento sofra reajuste no preço às vésperas da data, pesando no bolso do consumidor. Dourada, pescada branca, gurijuba, piramutaba, filhote e tambaqui são os pescados que apresentam maior procura no período.
Atualmente, no mercado de peixe do Ver-o-Peso, as espécies podem ser compradas entre R$10 a R$25 reais, o quilo. Com o decreto, a expectativa é manter uma boa quantidade de pescado a um preço mais acessível ao consumidor. “Peixe tem muito e isso vai ajudar a não faltar aqui pra gente vender porque às vezes, com a exportação, acabava dando falta e o preço também aumentava”, disse o peixeiro Ubiratan Santos, de 51 anos.
Para o peixeiro Manoel Araújo, 57, a medida deve garantir mais clientes durante a data. “Os clientes vão comprar o peixe de qualquer maneira, mas isso vai ser melhor para gente. Vai sair mais em conta para gente comprar e pra gente vender. Fica mais acessível ao freguês. Assim a gente vende mais peixe e lucra mais e o consumidor ainda agradece por sair mais barato pra eles”, afirmou.
ECONOMIA
Ivone Sousa, 58, é consumidora assídua de peixes e mariscos. Natural de Barcarena, ela vem à capital para comprar os pescados mais em conta em relação a cidade natal. Por isso, o pescado mais em conta vai ajudar a manter o dinheiro no bolso e se alimentar bem durante a Semana Santa. “Eu gosto muito de peixe e durante a Semana Santa não pode faltar. Se continuar esse mesmo preço é vantagem pra gente comprar pra Páscoa”, afirmou a doméstica.
O aposentado Lourivaldo dos Santos, 76, compra antecipado o tradicional pescado como forma de evitar os altos preços praticados nessa época. Porém, esse ano, ele prevê valores mais em conta devido ao decreto. “Nessa época, os peixes fogem daqui [do estado]. Então, os preços sobem e a gente fica sem condições. Essa atitude [do Governo do Estado] é muito boa para nós porque nos dá condições de comprar um peixe mais em conta na Semana Santa”, ponderou.