Ana Laura Costa
O avanço da tecnologia e o uso da internet facilitam as transações bancárias por meio de aplicativos e aparelhos celulares. A praticidade que os meios tecnológicos proporcionam, formam o ambiente ideal para a consolidação de ações digitais.
Nesta tendência, novos golpes financeiros vêm sendo aplicados e as iscas para as fraudes vão desde uma simples mensagem recebida por SMS ou aplicativos de mensagens instantâneas, como o Whatsapp, até via e-mail. Portanto, todo cuidado é pouco para não se tornar a próxima vítima de crimes cibernéticos.
Segundo pesquisa divulgada em junho do ano passado pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em parceria com a Deloitte, só em 2021, 70% das operações no país – um total de 119,5 bilhões de transações – foram realizadas pela internet e pelo celular. A movimentação financeira pelo smartphone também teve crescimento de 75% no ano passado, pulando de 9,3 bilhões para 16,3 bilhões de operações.
Nas ruas da capital, quem vive do comércio conta que a atenção é redobrada na hora de receber o dinheiro pelo produto ou serviço. Isso porque o Pix, sistema de pagamento instantâneo em funcionamento no país desde novembro de 2020, tem sido muito usado pelos consumidores e, consequentemente, por golpistas que cancelam o pagamento após mostrarem comprovantes de transferências agendados, conhecido como o “Golpe do Pix Agendado”.
“Geralmente, quando o cliente vai pagar via pix, o procedimento é pedir o comprovante e salvá-lo, uma forma de garantia do pagamento tanto para mim, quanto para o cliente. E quando vou fazer um Pix, tento realizar a transação com muita calma e paciência, tudo o que envolve dinheiro tem que ser assim, sem pressa”, afirmou o vendedor Fernando Augusto Souza, 50 anos.
Fora do ambiente de trabalho, Fernando revela que nunca foi vítima de golpes digitais, e toma alguns cuidados ao receber mensagens com propostas financeiras ou de trabalho no celular. “Desconfio de toda e qualquer mensagem que me mandem, principalmente de números desconhecidos, sempre fico com a pulga atrás da orelha e não aceito, nem seleciono nada. Tomo bastante cuidado mesmo”, pontuou.
INVESTIMENTOS
De fato, toda essa cautela é bem-vinda. Isso porque, de acordo com o Febraban, um dos novos golpes, ocorre quando bandidos se passam por corretores ou funcionários de alguma instituição financeira, oferecendo opções imperdíveis de investimentos, por meio de sites e perfis falsos em aplicativos de mensagens. No ‘Golpe do Falso Investimento’, os golpistas costumam apelar para a urgência, influenciando que o interessado feche o negócio o quanto antes.
A vendedora de Tacacá, Mariana Silva, 40, diz que não abre de jeito nenhuma mensagem de contatos que não estejam em sua lista telefônica. “Ninguém vai te dar uma casa ou um emprego do nada. Geralmente apago as mensagens que recebo com esse teor, tomo cuidado não clicando em link, e nem respondo”, ressaltou.
A Febraban alerta que, para evitar cair numa dessas, a orientação é sempre desconfiar de abordagens que recorrem à urgência para fechar o negócio. E, claro, jamais repassar dados pessoais em aplicativos de mensagens ou redes sociais. Na dúvida, vale ligar para o seu banco.
ALERTA
NOVOS GOLPES
Confira a seguir os novos golpes e como evitá-los, de acordo com a Febraban:
1. Golpe do Vírus do Pix
O fraudador entra em contato com a vítima se passando por um falso funcionário do banco ou ainda manda e-mails, links e mensagens em aplicativos. O cliente é informado que a conta foi invadida, clonada, que há movimentações suspeitas, entre outras artimanhas. O golpista diz que vai enviar um link para a instalação de um aplicativo que irá solucionar o problema. Se o cliente instalar o aplicativo, o criminoso terá acesso a todos os dados que estão no celular.
Como evitar
O banco nunca liga para o cliente pedindo para que ele instale nenhum tipo de aplicativo em seu celular, tão pouco pedindo senha, nem o número do cartão. Se receber esse tipo de contato, desconfie na hora e entre em contato com o seu banco.
2. Golpe do falso brinde/falso presente de aniversário
Após descobrirem dados pessoais e datas de aniversários, quadrilhas de criminosos entram em contato com a vítima e dizem que têm um brinde para entregar ou um presente de aniversário, e insistem para que a pessoa receba o presente pessoalmente. Afirmam não saber informações de quem pediu pela entrega e solicitam pagamento de uma taxa. Em posse da senha do cliente, o bandido pode,
posteriormente, trocar o cartão.
Como evitar
Nunca aceite presentes e brindes inesperados, sem saber quem realmente mandou. Não forneça dados pessoais em links enviados pela internet de supostas promoções e tenha muito cuidado ao preencher cadastros na internet.
3. Golpe do falso emprego
Funciona assim: bandidos buscam informações de usuários que estão em busca de vagas de trabalho e se passam por falsas agências de emprego, oferecem vagas com excelente remuneração e apelam para a urgência para que a pessoa aceite a oportunidade. Assim, pedem que o interessado faça um curso rápido para poder se adequar à falsa vaga e também pedem transferência em Pix para falsos exames médicos.
Como evitar
Desconfie de contatos com essa abordagem que venham em aplicativos de mensagens, e-mails ou até mesmo em telefonemas. Não passe seus dados pessoais. Ao fazer uma transação comercial com o Pix, sempre pesquise sobre a empresa em sites de reclamação e confira seu CNPJ. Nunca faça transações em sites que não tenham o cadeado de segurança no navegador nem transferências para contas de pessoas físicas.
Fonte: FEBRABAN