Pará

Corda do Círio de Nazaré se torna patrimônio cultural paraense

Foto: Círio de Nazaré/divulgação
Foto: Círio de Nazaré/divulgação

Um dos principais símbolos do Círio de Nazaré ganhou reconhecimento mais que merecido através de um decreto estadual publicado na última sexta-feira, 12, no Diário Oficial do Estado.

A corda que atrai multidões nas procissões da Trasladação e na Grande Procissão do segundo domingo de outubro faz parte do Círio em 1885, quando uma enchente da Baía do Guajará alagou a orla desde próximo ao Ver-o-Peso até as Mercês, no momento da procissão, fazendo com que a berlinda ficasse atolada e os cavalos não conseguissem puxá-la.

Os animais então foram desatrelados e um comerciante local emprestou uma corda para que os fiéis puxassem a berlinda. Desde então, foi incorporada às festividades e passou a ser o elo entre Nossa Senhora de Nazaré e os fiéis.

E desde a última sexta-feira, a corda entrou no seleto e prestiado grupo que contempla os patromônios do Estado. Agora, a Corda do Círio de Nossa Senhora de Nazaré faz parte do patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará.

Neste ano, o Círio de Nazaré em 2023 terá novidades. A corda será pela primeira vez produzida no Pará e com material inovador já que será feita de fibras de malva e juta, produtos que são produzidos na Amazônia.

A nova corda do Círio será testada pela primeira vez nesta semana, na Universidade Federal do Pará (UFPA). De acordo com a Diretoria da Festa de Nazaré (DFN), os materiais utilizados na fabricação da corda vai torna-la mais resistente e também mais suave, o que irá garantir menos machucados provenientes do atrito nas mãos dos fiéis.

A corda terá 800 metros de comprimento, sendo divididos em 400 para o Círio e 400 para a Trasladação. O material terá 50 milímetros de diâmetro e pesará aproximadamente 700 kg.
Na UFPA, a corda será submetida a testes que vão analisar a resistência. Estes trabalhos vão simular a força executada pelos romeiros que puxam a berlinda.