PROJEÇÃO

COP30: 'Esperem pela melhor COP da história', projeta Anderson Baranov, CEO da Norsk Hydro Brasil

Norsk Hydro Brasil avalia que a COP30 pode ser a melhor da história. Saiba como o Brasil e o Pará podem endereçar uma conferência positiva.

"Esperem pela melhor COP da história", projeta Anderson Baranov, CEO da Norsk Hydro Brasil, sobre conferência do clima em Belém
"Esperem pela melhor COP da história", projeta Anderson Baranov, CEO da Norsk Hydro Brasil, sobre conferência do clima em Belém

A oportunidade de o mundo entender de perto a realidade da Amazônia dará à 30ª Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas para a Mudança do Clima (COP30), em Belém, no próximo ano, um potencial histórico. A avaliação foi feita pelo CEO da Norsk Hydro Brasil, Anderson Baranov, durante palestras na COP29 em Baku, no Azerbaijão.

“Esperem pela melhor COP da história porque nenhuma outra conta com a floresta que nós temos ou com a capacidade única de preservar o clima que o Brasil tem apesar dos desafios”.

Para Baranov, o Brasil e o Pará têm a oportunidade de endereçar uma COP positiva, onde se possa deixar um legado para todas as comunidades que vivem no país e no estado. “Nós vamos dar a oportunidade de o mundo inteiro realmente entender um pouco mais do que estão falando. Hoje nós estamos buscando um legado para o Estado e para o Brasil, que vai acontecer”. Os questionamentos sobre a capacidade logística do Pará, segundo ele, serão superados, e a acolhida que o paraense sabe oferecer vai trazer um efeito ainda mais positivo.

O CEO da Hydro no Brasil cumpriu agenda na COP29 apresentando as iniciativas de sustentabilidade adotadas pela empresa, reforçando como a indústria pode contribuir sendo cada vez mais participativa na sociedade e nas questões ligadas ao meio ambiente. Baranov participou de discussões tanto no estande do Consórcio dos Estados da Amazônia, quanto no pavilhão da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A presença da Hydro nas conferências do clima da ONU já é uma constante desde COPs anteriores e faz parte de uma iniciativa para se alinhar cada vez mais à dinâmica deste que é o maior evento climático do mundo, com vistas à conferência que será realizada em Belém. Em meio ao cenário positivo e de confiança na COP que virá, o CEO destacou que a preocupação da empresa com as questões ambientais e sociais já vêm de longa data e, agora, com a conferência que será realizada em Belém, terá a oportunidade de mostrá-las.

“Muito se fala em projetos e pilotos, mas a Hydro entrega resultados com uma abordagem marcada pela inovação e liderança”. Iniciativas como a mudança de matriz energética da Alunorte, maior refinaria de alumina do mundo, e a eliminação das barragens na extração de bauxita na Mineração Paragominas com o método ‘Tailing Dry Backfill’, são alguns deles, ele destaca.

“É muito importante trazer a tecnologia e a inovação junto com tudo que a gente vem fazendo para ser referência e estar mais engajado. A gente está aqui na COP29 para liderar esses esforços pela indústria, mas, ao mesmo tempo, estamos sempre abertos a aprender e a entender o que os outros estão fazendo para trazer o melhor do mercado”.

Projeto de descarbonização da Hydro será a maior entrega que a indústria terá para a COP30

Dentro das entregas que a empresa tem a apresentar no campo das contribuições para a discussão climática, o grande destaque está para a iniciativa de descarbonização e troca da matriz energética na refinaria de alumina. “A Alunorte passou a ser o maior consumidor individual de gás do Brasil, e essa troca da matriz energética é realmente uma entrega muito grande para a COP. Ela vem de uma indústria que está sempre buscando diminuir as suas próprias emissões, cada vez ser mais responsável na parte social, mais integrada à sociedade com projetos sociais, e projetos com o Governo”, reforça Anderson Baranov.

Responsável por uma redução de 30% nas emissões de gases de efeito estufa em seu processo produtivo, o projeto de descarbonização e transição energética da Alunorte foi destaque no painel “Estratégias de descarbonização e apoio à Missão 1,5º C – o papel estratégico do setor privado na transição energética para a descarbonização no Brasil”, realizado no Consórcio dos Estados da Amazônia, na Zona Azul da COP29. Durante o debate, Baranov reforçou que, com esta iniciativa, a Hydro tem o maior projeto industrial de entrega de descarbonização para a COP30.

CEO da Hydro e o governador Helder Barbalho
CEO da Hydro e o governador Helder Barbalho

Dentro da estratégia de troca de matriz energética, a Alunorte implantou um parque de gás natural que substituiu toda a matriz do óleo combustível para gás, representando uma redução de 700 mil toneladas de CO2 nas emissões anuais. “A Hydro tem o maior projeto industrial de entrega de descarbonização para a COP. É nesse sentido que a indústria tem que entregar, atuando, agindo, investindo”, afirmou Baranov durante o painel. “Quando a Hydro trouxe o gás para o Pará, ela trouxe para o estado e não só para a Hydro. Hoje, com o Gás do Pará e o Governo do Estado, nós estamos aumentando isso”.

Reforçando que as mudanças sempre vêm acompanhadas com a preocupação com o social, o CEO da Hydro no Brasil destacou, ainda, outras inciativas. “Estamos mudando a mineração no Brasil. A Hydro está liderando essa pauta, não somente com diálogo e desafios, mas com entregas. Investimos R$ 8,8 bilhões em ações voltadas para o clima e o meio ambiente desde 2022”.

Outra componente do painel que discutiu estratégias de descarbonização, a ex-ministra de Meio Ambiente do Brasil, Izabella Teixeira, apontou que a agenda estruturante das discussões sobre o clima é a agenda de energia. “O Brasil tem que ser visto como um país provedor de soluções. E se quiser conversar com o mundo, terá que ser um provedor de soluções em energia. Não quer dizer que a agenda do solo não é importante, estou apenas dizendo que o Brasil tem que romper com esse compromisso do passado de desmatamento, isso tem que ser enfrentado, e é uma complexidade enorme”.

A ministra destacou, ainda, que a sociedade ainda não comprou a agenda climática, portanto, é necessário também mobilizar a sociedade em torno de um país que pode ter um futuro melhor, com vistas a iniciativas já em curso na área da energia.