Pará

COP 15: Pará é destaque em painel sobre política pública de sociobioeconomia

A COP15 representa a 15ª reunião da Conferência das Partes para a Biodiversidade. Ele dura duas semanas, começando em 7 de dezembro em Montreal, Canadá. Foto: Divulgação
A COP15 representa a 15ª reunião da Conferência das Partes para a Biodiversidade. Ele dura duas semanas, começando em 7 de dezembro em Montreal, Canadá. Foto: Divulgação

Na primeira participação do Pará nas agendas oficiais da 15ª edição da Conferência das Nações Unidas sobre Biodiversidade (COP 15), que será realizada em Montreal, no Canadá, até o dia 19 de dezembro, o Plano Estadual de Bioeconomia foi apresentado como uma das alternativas para a mudança do uso da terra e florestas e a construção de uma economia de baixas emissões, mostrando assim que está preparado para colaborar para a preservação da biodiversidade ao mesmo tempo em que promove um desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono.

O painel conduzido pela The Nature Conservancy (TNC) “Os aprendizados da política pública de sociobioeconomia na Amazônia” destacou a bioeconomia da sociobiodiversidade como uma iniciativa que valoriza a natureza e a floresta, com o uso sustentável das riquezas da terra. O evento ocorreu na última quinta-feira (08), no Pavilhão Natureza Positiva.

Camille Bemerguy, diretora de Mudanças Climáticas, Serviços Ambientais e Bioeconomia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), na ocasião representou o titular da pasta, Mauro O’de Almeida, ao lado de Frineia Rezende, a atual diretora executiva da TNC Brasil; Cristina Julião, integrante do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético do Brasil (CGEN), Nabil Moura Kadri, chefe do Departamento de Meio Ambiente e Gestão do Fundo Amazônia no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e Ricardo Mastroti, diretor Executivo do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS).

O Plano de Bioeconomia  tem 92 ações que abrangem três eixos distintos, sendo eles: Cadeias Produtivas e Negócios Sustentáveis; Patrimônio cultural, patrimônio genético e conhecimento tradicional associado, e Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação.

O Planbio é uma política pública que foi construída de forma multissetorial e sob a coordenação da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e ancorado na Política Estadual de Mudanças Climáticas (PEMC), sendo também um dos componentes do eixo desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA).

O Pará é também o maior produtor de cacau, dendê, açaí e pimenta do reino do país. Há, ainda, o avanço significativo de culturas como soja, milho e arroz. A construção de conciliação dessas atividades com a sustentabilidade, ou seja, equilibrar a exploração dos recursos naturais pela sociedade é o desafio proposto pelo Plano de Bioeconomia. Ao investir nos produtos prioritários da biodiversidade para a bioeconomia, estudos estimam que pode-se alcançar R$178 bilhões até 2040.

“Como princípio, a ideia é da conservação. A gente sempre fala que são três elementos importantes: a economia, as pessoas e a floresta em pé. A gente tem que ver como conciliar tudo isso. Lembrando que é a primeira vez que se procura fazer desenvolvimento econômico com floresta em pé. Então, o Planbio é pioneiro tanto em termo de processo, como em termo de objetivo. Foi um processo longo que trouxe muito aprendizado que se tornou referência mundial. A gente quer que seja a possibilidade de transformação econômica e social, com olhar para o ambiental atento e cuidadoso”.

Bráulio Dias, professor da Universidade de Brasília (UnB), comentou sobre uma peça de lã em suas mãos, considerada a melhor lã do mundo, que vem da alpaca, animal ameaçado de extinção na Bolívia e no Peru. Ele conta que, após investimentos em conservação, a lã do animal passou a garantir renda para as populações tradicionais responsáveis por sua proteção.

“Antes, indústrias têxteis como a italiana ganhavam muito dinheiro em cima das peças de lã de alpaca, pois países andinos eram meros fornecedores de matéria-prima. Isto é um exemplo forte de como a bioeconomia pode salvar a biodiversidade, mudar a vida das pessoas e gerar negócios de alto valor agregado”, frisou.

COP 15

A COP15 representa a 15ª reunião da Conferência das Partes para a Biodiversidade. Ele dura duas semanas, começando em 7 de dezembro em Montreal, Canadá. A COP15 – juntamente com reuniões anteriores – está centrada na Convenção sobre Diversidade Biológica, um acordo internacional de 1992 sobre como as nações devem usar e proteger os recursos naturais do mundo. O acordo foi ratificado por 196 países.