Pará

Contagem regressiva para as férias escolares

Débora dos Santos é aluna universitária e está na expectativa da chegada das férias
FOTO: CELSO RODRIGUES
Débora dos Santos é aluna universitária e está na expectativa da chegada das férias FOTO: CELSO RODRIGUES

Pryscila Soares

Após um longo período com foco nos estudos, a pausa propiciada pelas férias escolares pode ser muito benéfica para a saúde mental e emocional dos estudantes. É o momento ideal para desacelerar e recarregar as energias. Mas, para além do descanso, essa quebra temporária na intensa rotina de estudos é também uma oportunidade para se conectar com a família, já que muitas vezes a falta de tempo não permite uma proximidade maior entre pais e filhos.

Por isso, planejar as férias com momentos dedicados ao lazer, à família e aos amigos é extremamente importante. É o que explica a psicóloga clínica Rayara Lopes. “Quando passamos um longo período empenhados nos estudos, ter esse momento de folga é muito importante cognitivamente falando. Inclusive, estudos apontam que o nosso cérebro não vai funcionar com a mesma eficácia se estiver sobrecarregado e cansado”, pontua.

Viajar, conhecer novos lugares, dedicar-se a hobbies e, sobretudo, usar esse tempo para socializar e fortalecer as relações interpessoais estão entre as atividades que podem ser desfrutadas nesse período de descanso. Rayara ressalta que o ideal é priorizar um tempo de qualidade com familiares e amigos.

“É importante fazer programações juntos, atividades que sejam de interesse de todos. Pode ser um passeio, uma viagem, um momento que propicie essa interação até para observar como está aquele filho, inclusive emocionalmente, estando mais próximo. O lazer é muito importante para a saúde mental. Todo esse processo tem impacto direto na saúde mental”, esclarece a psicóloga.

TELAS

Por outro lado, a especialista chama a atenção para um comportamento muito comum entre crianças, adolescentes e jovens que é a exposição a telas. De acordo com a psicóloga, os pais devem ficar atentos a isso e limitar o uso dos eletrônicos, uma vez que pode ser prejudicial. “O uso de telas por pessoas que estão se desenvolvendo psicologicamente, neurologicamente e fisicamente deve ser limitado. Diferente do que se pensa, as telas não ajudam no que diz respeito à criatividade. O ócio é importante. Você precisa achar novas maneiras de se distrair. Estar constantemente em frente a telas é muito prejudicial e vai surtir um impacto negativo no desempenho escolar quando esse aluno retornar”, declara.

A expectativa pelas férias é grande para um grupo de universitárias que está na reta final do primeiro semestre do curso de biblioteconomia na Universidade Federal do Pará (UFPA). Para elas, a pausa nos estudos terá duração de dois meses. Uma das estudantes é Débora dos Santos, 25, que continuará cumprindo carga horária no estágio na própria instituição de ensino.

“Vou continuar trabalhando e minhas amigas farão cursos complementares. Vou ter a parte da manhã livre para ler livros, mangás, escrever e ouvir música. É o que me ajuda a relaxar. A minha mãe sentiu muito porque só chego em casa à noite. Meus amigos ficam sem resposta no WhatsApp e me sinto um pouco mal. Agora vai ficar um pouco mais tranquilo. A minha mãe está planejando uma viagem para Mosqueiro”, vibra.

Já o acadêmico do 5º semestre do curso de letras, Helton Silva, 22, está ansioso pela pausa para descansar da rotina exaustiva. “Nas duas primeiras semanas de julho farei um intervalar para adiantar disciplinas que ficaram atrasadas por conta da pandemia. Mas no restante do mês pretendo muito relaxar e descansar, porque venho de Benevides aqui para o Guamá todos os dias. Quero dormir pelo menos oito horas por noite. Vou ficar mais com a minha família, ver como está a rotina deles. Pretendo intensificar esse contato nas férias e viajar com eles”, afirma.