ANEEL DECIDE

Conta de luz fica mais cara no Pará a partir de 7 de agosto

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (5) o reajuste tarifário anual da Equatorial Pará

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (5) o reajuste tarifário anual da Equatorial Pará
A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (5) o reajuste tarifário anual da Equatorial Pará. Foto: Irene Almeida/Diário do Pará.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) aprovou nesta terça-feira (5) o reajuste tarifário anual da Equatorial Pará, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica no estado. A nova tarifa passa a valer a partir desta quinta-feira, 7 de agosto, e vai impactar cerca de 3,06 milhões de unidades consumidoras distribuídas nos 144 municípios paraenses.

Segundo a ANEEL, o reajuste foi impulsionado principalmente pelos custos com distribuição e aquisição de energia, encargos setoriais e componentes financeiros herdados de processos anteriores.

Confira os novos índices médios de reajuste (Tabela 1):

Categoria de consumoReajuste médio (%)
Residencial (B1)3,26%
Baixa tensão (média)3,57%
Alta tensão (média)4,50%
Efeito médio total ao consumidor3,74%

A faixa de alta tensão inclui grandes indústrias e estabelecimentos com alto consumo (classes A1 a A4). Já a baixa tensão envolve consumidores residenciais, rurais, comerciais, de serviços públicos e iluminação pública (classes B1 a B4).


Crescimento da tarifa supera inflação

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE/PA) mostra que a tarifa residencial de energia elétrica no Pará acumulou um aumento de 81,62% entre 2016 e 2025, enquanto a inflação do mesmo período, medida pelo INPC/IBGE, ficou em aproximadamente 56%.

AnoReajuste anual (%)
20253,26
2024-2,63
20239,61
202214,38
20218,02
20202,97
20191,74
201811,78
20175,86
20167,61

Inflação acumulada (2016–2025): cerca de 56%
Reajuste acumulado da tarifa: 81,62%


Impacto no orçamento familiar

Com o novo reajuste, o peso da conta de energia se torna ainda maior para famílias de baixa renda. No estado, quase metade da força de trabalho ocupada — cerca de 2 milhões de pessoas — recebe apenas um salário mínimo mensal.

A análise do DIEESE aponta que mais de 50% do salário mínimo atual (R$ 1.518,00) é comprometido apenas com a cesta básica, que custa cerca de R$ 709,04 em Belém (junho de 2025).

IndicadorValor
Custo da cesta básica (Belém)R$ 709,04
Salário mínimo líquido estimadoR$ 1.404,15
Comprometimento com alimentação52,25%

Paradoxo energético no Pará

Apesar de ser um estado com alta geração de energia por meio de hidrelétricas, o Pará figura entre os locais com tarifas mais elevadas do país. O contraste entre a produção energética local e os valores cobrados aos consumidores desperta questionamentos recorrentes sobre a política de preços do setor elétrico.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.