DECISÃO

Conselheira Tutelar tem mandato cassado por homofobia no Pará

Promotoria de Justiça de Jacareacanga obtém vitória: mandato de Conselheira Tutelar é cassado por declarações homofóbicas.

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Promotoria de Justiça de Jacareacanga obtém vitória: mandato de Conselheira Tutelar é cassado por declarações homofóbicas.
Promotoria de Justiça de Jacareacanga obtém vitória: mandato de Conselheira Tutelar é cassado por declarações homofóbicas.

A Promotoria de Justiça de Jacareacanga obteve uma importante decisão em uma Ação Civil Pública (ACP) movida em 2023, que resultou na cassação do mandato de uma Conselheira Tutelar do município. A decisão, que foi proferida no dia 29 de dezembro de 2024, se deu em razão de falas de teor homofóbico proferidas pela requerida, que comprometeram sua idoneidade moral.

A ACP foi ajuizada em setembro de 2023 pela promotora de Justiça Lílian Braga, que estava em exercício na Promotoria de Jacareacanga na época. O acompanhamento da ação foi feito pelo promotor de Justiça titular, Wesley Abrantes Leandro. A sentença foi emitida pelo Juiz Hudson dos Santos Nunes.

A Conselheira Tutelar havia se candidatado ao Processo de Escolha Unificada para Membros do Conselho Tutelar de Jacareacanga, com mandato previsto para o período de 2024 a 2027. No entanto, o Juízo decidiu, de forma liminar, manter a candidatura da requerida, mas determinou que, caso fosse eleita, sua posse e nomeação seriam suspensas até a decisão final.

Na Ação Civil Pública, o Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) ressaltou que o Conselho Tutelar deve ser um espaço de acolhimento e proteção, especialmente para crianças e adolescentes, incluindo os jovens da comunidade LGBTQIAPN+, que ainda enfrentam preconceito e violência. Para o MPPA, as falas homofóbicas da requerida comprometem a missão do Conselho Tutelar de garantir um ambiente seguro e inclusivo.

A decisão judicial destaca que, para a candidatura ao cargo de conselheiro tutelar, um dos requisitos essenciais é a “reconhecida idoneidade moral”. A análise das provas evidenciou que as declarações de teor homofóbico feitas pela candidata são incompatíveis com os princípios do cargo, que visa proteger e defender os direitos das crianças e adolescentes. O Juiz Hudson dos Santos Nunes determinou que a conduta da requerida atentou contra esses direitos e, por isso, sua permanência no cargo seria prejudicial à credibilidade do Conselho Tutelar.

Com base nos princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o juiz concluiu que a requerente não possui idoneidade moral para o exercício do cargo de conselheira tutelar. Ele também argumentou que sua manutenção no cargo poderia incentivar a repetição de atitudes irresponsáveis e prejudiciais, além de descredibilizar o órgão. Diante disso, foi determinada a cassação definitiva do mandato da Conselheira Tutelar do município de Jacareacanga.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.