AMAZÔNIA

Com queda de 21% nas queimadas, Pará é destaque em redução do desmatamento

O bioma Amazônia registrou, ao longo dos últimos 12 meses, queda de 8% no número de alertas de desmatamento em áreas utilizando o sistema por corte raso, ou seja, sem considerar focos de incêndio. A

O bioma Amazônia registrou, ao longo dos últimos 12 meses, queda de 8% no número de alertas de desmatamento em áreas utilizando o sistema por corte raso, ou seja, sem considerar focos de incêndio. A
O bioma Amazônia registrou, ao longo dos últimos 12 meses, queda de 8% no número de alertas de desmatamento em áreas utilizando o sistema por corte raso, ou seja, sem considerar focos de incêndio. Foto: Carla Azevedo

O bioma Amazônia registrou, ao longo dos últimos 12 meses, queda de 8% no número de alertas de desmatamento em áreas utilizando o sistema por corte raso, ou seja, sem considerar focos de incêndio. A redução comparada ao ciclo anterior, atingiu o menor patamar de toda a série histórica do sistema Deter do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O resultado do Deter é um indicativo de tendência da taxa anual de desmatamento, medida no mesmo período pelo Prodes, outro tipo de medição realizado pelo Inpe. Já em áreas onde havia focos de incêndio, o sistema Deter identificou aumento de 4% nos alertas de desmatamento na Amazônia. O sistema Deter emite alertas de corte raso, quando há a completa retirada de vegetação de forma rápida, e também alertas de degradação progressiva, causados sobretudo por incêndios recorrentes. A alta teve forte influência dos incêndios ocorridos na região no segundo semestre daquele ano.

Os dados da temporada 2024/2025, coletados de agosto de 2024 a julho de 2025, foram apresentados ontem, 7, pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), e teve a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Ela destacou que, graças a um conjunto de medidas adotadas pelo governo federal na Amazônia, com o objetivo de reduzir as áreas de desmatamento, medidas essas aliadas à condições climáticas menos severas observadas neste ano, no primeiro semestre, houve queda de 65,8% nas áreas queimadas no país, segundo informações do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Os satélites detectaram que houve queda de 46,4% no número de focos de calor no território nacional em comparação ao primeiro semestre do ano passado, com destaque para Rondônia, que registrou queda de 35%, e Pará, com redução de 21%.

Marina Silva disse ainda que os incêndios em florestas úmidas, que anteriormente tinham pouca influência sobre o desmatamento, são intensificados pela mudança do clima em todo o mundo. Um estudo do World Resources Institute (WRI) constatou que os incêndios foram responsáveis por quase metade da perda de floresta tropical primária no planeta em 2024. A ministra ressaltou que o governo federal, em parceria com estados, municípios, cientistas e sociedade, tem empenhado esforços para implementar uma série de ações que tornam o país mais resiliente ao fogo.

“Dentro da margem, podemos dizer que o desmatamento na Amazônia está estabilizado, mas nosso compromisso é o desmatamento zero até 2030”, afirmou a ministra. Marina Silva pontuou ainda que a proteção da floresta, além de ações de monitoramento e fiscalização e de incentivos regulatórios e econômicos, depende da transição energética a nível global. “Até podemos zerar o desmatamento, mas se continuarmos com a emissão de CO2, a floresta vai perecer do mesmo jeito”, alertou.

Nos últimos 12 meses, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) realizou 9.540 ações fiscalizatórias na Amazônia, que resultaram em mais de 3,9 mil autos de infração, totalizando R$ 2,4 bilhões em multas. Também foram expedidos 3.111 termos de embargo, com 5.096,8 km² de área embargada, 2.124 apreensões e 873 equipamentos destruídos. No Cerrado, as ações geraram 831 autos de infração, que resultaram em R$ 607 milhões em multas.  

A medição para o bioma Cerrado registrou queda de 20,8%, com alertas em um total de 5.555 km² contra 7.014 km² no período anterior. No Pantanal, a redução no desmatamento foi de 72%, com 319 km² contra 1.148 km² no período anterior. O bioma também registrou queda de 9% nos focos de incêndios, com 16.125 km² contra 17.646 km² no período anterior.