Irlaine Nóbrega
O Movimento República de Emaús realizou, ontem (25), a 49ª edição da Grande Coleta de Emaús com o tema “A solidariedade é o caminho: por uma inclusão que transforme o mundo”. Para realizar a coleta, uma frota de caminhões foi disponibilizada para recolher doações em 12 bairros de Belém. Durante o dia, 700 voluntários foram divididos em 24 equipes de arrecadação para percorrer 20 áreas da cidade e dar conta de aproximadamente cinco mil objetos coletados.
A Grande Coleta de Emaús é um dos instrumentos utilizados para angariar fundos com objetivo de manter os trabalhos desenvolvidos realizado pela República de Emaús com crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade social. A iniciativa também visa sensibilizar e reforçar a efetividade do direito da criança e do adolescente junto à população belenense, um dos ensinamentos deixados pelo Padre Bruno Sechi, criador do Movimento.
“A partir do momento em que a gente tem uma missão política, a gente quer que as pessoas não só doem por doar, quer que as pessoas doem por entender a importância da luta do direito das crianças e adolescentes. Então, a gente tem as equipes dos roteiros de caminhão que vão coletar objetos e levar a carta, a mensagem de solidariedade, pelos direitos humanos do Movimento. Os caminhões que vão são também doados por empresas, pessoas físicas que colocam a disposição junto com o motorista e o combustível. É um dia de doação para o voluntariado”, ressalta Cleice Maciel, coordenadora da Grande Coleta.
Os objetos doados ficam armazenados em um galpão de 40.000 metros cúbicos. Posteriormente, eles passam por uma triagem, onde serão higienizados e colocados à venda. Alguns são revendidos na loja do Movimento de Emaús, onde o dinheiro arrecadado é revestido para as ações desenvolvidas no Emaús, como atividades sociopedagógicas, alimentação do público infanto-juvenil e no pagamento de educadores que atendem 650 crianças e adolescentes. Outra parte do material arrecadado vai para famílias cadastradas que estão em situação de vulnerabilidade extrema e não tem condições de possuir eletrodomésticos em casa. Além disso, objetos alguns objetos devem ser reciclados, como livros, o que colabora com a prática de reaproveitamento e, consequentemente, na redução do impacto negativo ao meio ambiente.
NAS RUAS
Luiz Pinto, de 67 anos, foi um dos muitos doadores para a Grande Coleta. Todo ano, o aposentado realiza as doações dos eletrodomésticos e demais objetos como forma de ajudar as crianças e adolescentes atendidos pelo projeto. “Sem dúvida é uma forma de continuar o trabalho do padre Bruno. Além de estarem reaproveitando o equipamento para vender, eles estão aprendendo também sobre o trabalho em equipe”, afirmou Luiz.