Ciop registra 2,7 mil trotes em três meses

Apesar da queda de casos, trotes ainda são um problema sério. Foto: Ricardo Amanajás / Ag Pará

Diego Monteiro

No dia 1º de abril, também conhecido como o “Dia da Mentira”, o Centro Integrado de Operações (Ciop), em Belém, chama a atenção para um assunto muito sério: os trotes. De acordo com o órgão, nos primeiros três meses deste ano, foram registradas 2.788 ligações mentirosas, ou seja, quando uma pessoa finge uma ocorrência falsa com o objetivo de enganar os agentes.
Apesar dos números mostrarem que o problema ainda existe, dados mais detalhados confirmam que esta prática sofreu uma queda significativa nos últimos dois anos de quase 80%. Em detalhes, os trotes na capital paraense caíram de pouco mais de 34 mil em 2021, para 7 mil no ano passado, considerado um saldo positivo para a população e para os serviços da segurança pública.
Segundo o secretário-adjunto de operações da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), Luciano de Oliveira, essa redução é reflexo de um trabalho de conscientização oferecido à população sobre a gravidade dessa prática. “Os trotes podem prejudicar a eficiência dos serviços de emergência, colocando em risco a vida de pessoas que realmente precisam
de ajuda”, pontuou.
“Todo o efetivo do Centro está treinado para identificar chamadas que possam ser falsas e para isso são feitas diversas perguntas para quem está do outro lado da linha. Claro que em algum momento as informações mentirosas passam a ser convincentes e é nesse ponto que todos precisam entender que essa prática consome tempo e recursos, prejudicando várias pessoas”, completou Leandro.
Para o Ciop, o levantamento apresentou uma certa estabilidade no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano anterior. O índice é satisfatório para o órgão, tanto que o projeto “Amigo do Ciop”, que promoveu capacitação de jovens e adolescentes para combater as ligações falsas para a central de chamadas 190, foi temporariamente suspenso.

BLACK LIST
Outras ferramentas continuam atuando no combate aos trotes, como é o caso da função blacklist. “Quando os atendentes identificam uma chamada classificada como trote, o número entra nesse sistema e fica bloqueado para chamadas de emergência por uma hora. Caso o mesmo número entre em contato novamente com a mesma finalidade, o procedimento repete-se mais uma vez”, pontuou Luciano.
“Esse tipo de situação está caindo cada vez mais e isso é graças aos trabalhos de conscientização que realizamos. Fazemos com que essas pessoas venham e conheçam nossos trabalhos e os problemas gerados com as brincadeiras de mau gosto e entendam que outras pessoas podem estar sendo prejudicadas”, enfatizou o secretário-adjunto.

PUNIÇÃO
É importante destacar que todas as denúncias são avaliadas pelo atendente, envolvendo despachantes e agentes de segurança. Se for constatado que a denúncia é falsa e houver identificação dos responsáveis, este indivíduo pode responder conforme o Artigo 340 do Código Penal Brasileiro. Como punição, é possível a aplicação de multa e/ou uma pena de até seis meses de prisão.
Vinculado à Segup, o Ciop está em atividade há 24 anos de serviços prestados à população. O órgão foi instituído pelo decreto estadual Nº 2.959 de 1998, serviço que na época foi considerado pioneiro no país por mediar a comunicação entre o cidadão e os órgãos de segurança pública no Pará.

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