Alexandre Nascimento
Ações de desrespeito no trânsito, que resultam em vidas perdidas, assim como a ausência de fiscalização e campanhas educativas, foi a motivação do coletivo de ciclistas Pará Ciclo, na noite de ontem (28). Eles saíram em bicicletas do mercado de São Brás pelas ruas de Belém, como forma de chamar a atenção dos motoristas de veículos automotores e do poder público, para que políticas sejam adotadas, sobretudo para a garantia do direito de ir e vir dos ciclistas.
De acordo com a organização do coletivo, nos últimos anos mais ciclofaixas foram criadas para os ciclistas, mas ainda assim são invadidas por veículos proibidos, num sinal de total desrespeito à categoria. “É fácil de se ver na cidade que carros, motos e até ônibus invadem nosso espaço, nos ignorando completamente, embora tenhamos uma legislação de trânsito que nos garante como meio de transporte que precisa ser respeitado”, disse Ruth Costa, integrante do Pará Ciclo.
Ainda de acordo com o grupo, as políticas públicas para garantir o respeito e segurança dos ciclistas deveriam começar com campanhas educativas. “Essas campanhas deviam enfatizar que fazemos parte do trânsito da cidade, conforme a legislação nacional de trânsito deixa claro. Além disso, mais espaços devem dar notoriedade aos ciclistas, por meio da criação de bicicletários, mas não é o que vemos, pois, muitos locais reservam espaços para motos e carros”, completou Ruth Costa.
Notícias Relacionadas
'GESTÃO CAÓTICA'
Após ameaça de intervenção, diretora geral da Unimed Belém renuncia; entenda a crise
Presidente da Unimed Brasil classificou de 'anormalidades econômico-financeiras e administrativas da Unimed Belém' e denunciou diversas irregularidades.
MEIO AMBIENTE
Dia da árvore : Agroextrativistas promovem a restauração florestal
Iniciativa é impulsionada pelo projeto Marajó Socioambiental. Eles se preparam para atender ao mercado de sementes e mudas agroflorestais
Mas, o grupo destaca também a importância da fiscalização para que imprudências contra os ciclistas, como a invasão das ciclofaixas, sejam evitadas. “A gente escuta que os órgãos de trânsito aplicam multas, mas não devem ser por causa da invasão ao nosso espaço, porque essa prática é muito comum todos os dias. Se existisse uma fiscalização que realmente punisse, essas ocorrências iriam diminuir”, declarou Michel Ribeiro, integrante do coletivo.
Prevenção
Além do respeito, a principal motivação do coletivo é prevenir acidentes, sobretudo os fatais, uma vez que essas situações têm sido cada vez mais comuns. “No primeiro final de semana de abril, foram quatro mortes de ciclistas divulgadas pela imprensa, justamente devido o desrespeito por parte dos motoristas. Se ações para coibir não forem adotadas pelo poder público, a situação vai piorar ainda mais”, concluiu Ruth Costa.
