PREVENÇÃO

Chuvas mudam cuidados com animais e plantas no Goeldi

Equipe do Museu dá atenção especial aos seus habitantes durante o inverno amazônico, tanto para protegê-los quanto para evitar acidentes

Animais como a preguiça podem enfrentar dificuldades respiratórias, por isso precisar ficar bem abrigados
Os cuidados com as árvores e animais do Parque Zoobotânico Museu Emílio Goeldi com as fortes chuvas que têm caído em Belém. Foto celso Rodrigues/ diário do Pará.

Em razão das fortes chuvas características do inverno amazônico, o Parque Zoobotânico do Museu Emílio Goeldi, localizado no coração de Belém, demanda uma atenção diferenciada em sua conservação, tanto nos recintos dos animais quanto nas áreas ao ar livre. O parque abriga aproximadamente 1.790 animais, distribuídos entre os viveiros e nas áreas livres, além de possuir mais de 3 mil espécies de plantas. Para todos esses seres, há cuidados específicos que variam conforme as diferentes estações do ano.

Em um esforço para garantir a segurança de todos, a administração optou por interditar as visitas ao local durante os períodos de chuvas intensas. Essa decisão visa evitar eventuais acidentes, como a queda de galhos, que podem ocorrer devido à grande quantidade de árvores presentes na área. Ademais, os alagamentos que costumam aparecer durante essas chuvas podem atrapalhar a visitação.

Assim como os humanos, os animais também são afetados pelas mudanças climáticas. Este impacto é especialmente significativo para os primatas, que, por serem suscetíveis a doenças respiratórias, necessitam de suplementação de vitamina C, além de uma dieta equilibrada. Conforme a bióloga, Tatiana Figueiredo, os cuidados para manter os animais aquecidos incluem oferecer abrigo adequado e até pequenos cobertores.

Além de primatas, aves, preguiças, tatus e tamanduás também enfrentam dificuldades respiratórias. A bióloga ressalta a importância de monitorar as condições dos viveiros durante as temporadas de chuva, pois é fundamental verificar a necessidade de reparos em estruturas que possam ter se deteriorado com as chuvas. “É fundamental verificar se todos os abrigos oferecem proteção durante chuvas intensas. Em algumas situações, pode ser necessário transferir um animal para uma área mais resguardada. Para aqueles que estão em estado mais debilitado ou são mais velhos, sempre dedicamos uma atenção especial”, explica a bióloga.

ESTRESSE

Adicionalmente, ela menciona que todos os animais e filhotes recém-chegados ao Parque Zoobotânico são mais suscetíveis às variações climáticas. Isso se deve ao estresse adaptativo que eles estão submetidos. “Mudanças mínimas na temperatura podem impactar as aves, especialmente se elas se molharem. Estamos sempre atentos à fonte de calor, avaliando sua necessidade. O manejo da temperatura dos répteis é o mais desafiador, uma vez que eles não conseguem regular sua temperatura corporal. Eles dependem de fontes externas de energia”, diz.