Grande Belém

Cemitérios de Belém têm grande movimentação no Dia de Finados

Movimentação no Cemitério de Stª.Isabel - Guamá - Belém. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Movimentação no Cemitério de Stª.Isabel - Guamá - Belém. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Wesley Costa

No Dia de Finados, as homenagens de familiares e amigos começaram cedo nos dois principais cemitérios públicos da capital paraense. A movimentação pela manhã foi intensa e, de acordo com trabalhadores dos espaços, algumas pessoas começaram a chegar por volta das 6h.

A Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) de Belém, responsável pela administração dos cemitérios, estimou que cerca de 45 mil pessoas passariam pelas necrópoles ao longo do dia.

 

 

A data movimenta todas as pessoas que aproveitam o dia para homenagear aqueles entes queridos, familiares, amigos e até mesmo aqueles que partiram se tornando santos populares ou com casos que tiveram grande repercussão. Local: Cemitério da Soledade – Batista Campos – Belém. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará

O cemitério Santa Izabel, localizado no bairro do Guamá, é o que concentra o maior número de sepulturas na cidade e de visitantes durante a data. São cerca de 50 mil sepulcros, entre catacumbas, jazigos, mausoléus, ossuários e jardineiras que anualmente recebem as homenagens desde as vésperas da celebração. Por lá, pessoas lembravam dos bons momentos ao lado dos entes que partiram.

O aposentado Raimundo Nonato, 68, prestou homenagens aos padres barnabitas, que estão sepultados no local. Após um momento de oração, ele lembrou de todo o carinho e ensinamento que recebeu deles. “Desde os meus nove anos convivi com essas pessoas preciosas. Um deles foi como um pai para mim. As lembranças são muitas e por isso, todos os anos, venho aqui prestar essa singela homenagem”, disse.

Local: Cemitério São Jorge – Marambaia – Belém. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

No cemitério que também é conhecido pelo imaginário, personalidades e santos populares que ali foram enterrados ao longo da história receberam um grande número de visitantes. Próximo ao túmulo do médico Camilo Salgado, uma pequena fila se formou para que as pessoas pudessem ascender uma vela e prestar homenagens. A sepultura da jovem Josephina Conde, conhecida como a “Moça do Táxi”, também foi bastante visitada.

No cemitério São Jorge, no bairro da Marambaia, uma multidão também compareceu para lembrar dos entes, prestar homenagens e participar da missa que foi rezada na capela. Logo no corredor central, brinquedos, flores e uma grande quantidade de velas eram deixadas no túmulo da pequena Diene Ellen, morta em 1973, e que se tornou uma das santas populares de Belém.

“Vim ao túmulo do meu padrinho que foi uma pessoa muito, mas muito importante na minha vida. A saudade é grande, principalmente quando lembro das reuniões em família e que ele estava presente. Muitos que participavam também já partiram. Por isso, venho aqui rezar e pedir que ele interceda por mim para continuar com força nessa vida”, contou Isabel Garcia, 87.

Local: Cemitério da Soledade – Batista Campos – Belém. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Este ano, o Cemitério Soledade, que recentemente foi transformado em parque e espaço cultural, também ficou aberto para visitação. Tombado como patrimônio histórico da cidade, o cemitério foi inaugurado em 1850 e abriga túmulos de grandes personalidades que também fizeram história em Belém. Mantendo a tradição de rezar pelas almas, Maria Afonso, 75, foi até o local acender uma vela e fazer suas orações.

“Mesmo não tendo nenhum conhecido enterrado aqui, eu sempre venho rezar pelas almas de todos que partiram desta vida. Acho um ato bonito e respeitoso, porque são pessoas que, de certa forma, foram importantes para muitas outras. Então, as minhas orações são para que eles fiquem em paz e que seus entes também sintam conforto no coração”, revelou a aposentada.