Grande Belém

Cemitério abandonado em Belém é perigo em tempos de dengue

A vítima seria usuária de drogas e estaria consumindo bebidas alcoólicas durante a madrugada com parceiros
Foto: Celso Rodrigues/ Diário do Pará

Pryscila Soares

O acúmulo de mato e lixo pode ser observado nas áreas interna e externa do cemitério de Santa Izabel, localizado na Avenida José Bonifácio, no bairro do Guamá, em Belém. A situação preocupa moradores e, também, trabalhadores da área, sobretudo neste período de chuvas mais intensas e de aumento de casos de dengue. De acordo com a Secretária Municipal de Saúde (Sesma), em janeiro último o Guamá liderou os registros de doença na cidade, com 14 casos.

Nas laterais do lado de fora do cemitério é possível observar todo tipo de entulho como pneus, estofados e colchão, que são depositados nas calçadas e em parte da via pública. De acordo com a comunidade, o problema do descarte irregular na área é antigo e não há uma fiscalização para coibir.

MOSQUITOS

Morando há 30 anos na travessa Barão de Mamoré, atrás do cemitério, o aposentado Rubens Saldanha, 63, teme contrair dengue, já que, segundo ele, é grande a quantidade de mosquitos que aparecem na área. Ele acredita que os amontoados de lixo e entulhos ajudam na proliferação dos insetos. Mas o morador relata que faz a parte dele, mantendo a casa sempre limpa e sem água parada para não correr o risco.

“A gente vive aqui abandonado. O portão (do cemitério) fica aberto direto. É mais a noite que jogam aí (o lixo). A Prefeitura tira, mas não adianta. A própria população não ajuda, fica difícil. Acho que podiam recolher mais constantemente o lixo, porque três dias na semana é pouco”, disse.

“Inclusive, aqui tem criança pequena. A gente fez o possível, limpeza, não deixa água acumulada, a gente coloca vinagre dentro dos recipientes para espantar o mosquito da dengue e os outros, porque aqui tem muito carapanã”, declara.

A situação do lixo na área também incomoda quem trabalha no local. Entre as pessoas está a vendedora de flores e velas Maria Ciran, 51, que trabalha em frente ao cemitério há 30 anos. “Os mosquitos, às vezes, encostam a nossa perna. E o fato de estar todo cheio de mato, abandonado, isso até afugenta as pessoas daqui. Elas já não vêm porque o cemitério está abandonado e sujo. O ideal mesmo seria ter uma limpeza, tudo organizado, isso evitaria a proliferação desses mosquitos. Tem a saúde e a questão da clientela, que se afasta devido a isso”, garante.

Procurada pelo Diário, a Prefeitura de Belém ainda não se manifestou sobre o assunto.