Pará

Caso suspeito de Mal da Vaca Louca é registrado em Marabá

Há dois anos que o Brasil não registra nenhum caso. Os últimos foram no Mato Grosso e Minas Gerais. Foto: Ney Marcondes/divulgação
Há dois anos que o Brasil não registra nenhum caso. Os últimos foram no Mato Grosso e Minas Gerais. Foto: Ney Marcondes/divulgação

Luiz Flávio

Um caso suspeito do Mal da Vaca Louca, cientificamente conhecido como Encefalopatia Espongiforme Bovina, que já vem sendo investigado tanto pelo Ministério da Agricultura (Mapa), como pela Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), foi registrado na Vila Cruzeiro do Sul, no município de Marabá, sudeste do Estado. A informação foi repassada no final da manhã de ontem por Carlos Xavier, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faepa).

Xavier, que estava na área rural do município de Santa Bárbara do Pará no momento em que falou com o DIÁRIO, garantiu só ter tomado conhecimento do fato na última segunda-feira (20), e que caso a doença se confirme, “seria mais um caso atípico”, sem possibilidade para se alastrar pelo rebanho do Estado, hoje considerado o segundo maior do país, com cerca de 26,8 milhões de cabeças, atrás apenas do Estado do Mato Grosso, cujo rebanho alcança mais de 31 milhões de cabeças.

“O mundo fica sempre em cima do Pará e da Amazônia. O Ministério da Agricultura tem competência para poder conduzir e apurar o caso. Se houver confirmação, já sabemos como fazer. O que não pode é começar a se criar um clima de terrorismo e ficar alardeando notícias falsas para criar um pânico desnecessário no mercado”, critica.

O presidente da federação lembra que o Mapa tem assento na sede da Organização Mundial de Saúde Animal, em Paris. “Essa é a entidade mundial que repassa todas as diretrizes e critérios a serem cumpridos em casos como esse. O Ministério da Agricultura possui excelência e tem em seus quadros técnicos extremamente competente e da melhor qualidade que vão saber tratar dessa questão.”

EXPORTAÇÃO

Além de ter o segundo maior rebanho do Brasil, o Pará exporta dois terços de toda a carne que produz. “Não podemos é criar pânico desnecessário. Caso contrário poderemos gerar uma crise econômica sem precedentes em nosso Estado e prejudicar um ramo que é responsável direto pelo desenvolvimento do nosso Estado”, aponta o pecuarista.

A confirmação de um novo caso de Vaca Louca no país pode ter repercussões para as exportações brasileiras, principalmente para a China, o maior comprador de carne bovina do Brasil. Os últimos casos da doença foram registrados no Brasil no ano de 2021, em Nova Canaã do Norte (MT) e em Belo Horizonte (MG). O país permaneceu sem enviar carne bovina à China entre setembro e dezembro daquele ano.