Pará

Casal paraense faz planos após vencer o câncer

Synndy e Rodrigo se conheceram antes de descobrirem que tinham o mesmo tipo de câncer. Foto: Divulgação
Synndy e Rodrigo se conheceram antes de descobrirem que tinham o mesmo tipo de câncer. Foto: Divulgação

Ambos cursavam o último ano do ensino médio quando a convivência diária transformou a amizade em um sentimento mais intenso. Ainda no primeiro ano de relacionamento, em 2016, a jovem de 16 anos descobriu um câncer. Era Linfoma de Hodgkin.

“Notei um nódulo no meu pescoço, pensei que não era nada, até que eu comecei a me sentir muito mal. Fiz a biópsia e o diagnóstico transformou o meu final de ano”, recordou a jovem.

Synndy deixou o município de Capanema, nordeste paraense, e foi internada no Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol), em Belém, para dar início ao tratamento. O que ela não esperava era que, durante uma visita do namorado, seria surpreendida com mais uma notícia difícil de assimilar.

“O Rodrigo veio me visitar e reclamou que não estava se sentindo bem. Aproveitamos e pedimos pra médica avaliá-lo, porque ele apresentava os mesmos sintomas que eu. No início de 2017, ele também foi internado e diagnosticado com câncer. Era o mesmo tipo do meu, só que em lugares diferentes. O dele era na perna e o meu no pescoço. Quando as pessoas viam a gente próximo, achavam que a gente tinha se conhecido no hospital. Mas a verdade era que éramos namorados antes de sermos colegas de internação”, recordou.

Mudanças – A jovem conta ainda que a companhia de Rodrigo amenizava o impacto da alteração na rotina imposta pelo câncer.

“Levávamos uma vida normal, vida de adolescente, mesmo. Estudávamos, fazíamos cursinho e, de repente, tivemos de parar tudo para dar início ao tratamento. Acho que essa foi a pior parte. Mas, como eu estava com ele, procurava esquecer de tudo e pensar no futuro. Foram poucas as vezes que a gente chorou por causa da doença em si”, afirmou.

A procura de motivos para sorrir junto ao namorado foi um alento. Depois que a alta da internação veio, o casal passou a morar junto.

“Ficamos internados e, depois da alta da internação, a gente morou junto aqui em Belém para fazer o tratamento. Cada um tinha o seu canto e quando ele me via triste, puxava conversa e tentava me alegrar, e vice-versa. E foi assim que seguimos com o tratamento. A gente até pediu pra começar a fazer as sessões de quimioterapia no mesmo dia para nos darmos força”, contou.

CASOS

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima que o número de novos casos de Linfoma de Hodgkin esperados para o Brasil para cada ano do triênio 2020-2022 seja de 1.590 casos em homens e de 1.050 em mulheres. Dentre os principais sinais e sintomas da doença estão: suores noturnos intensos, perda de apetite, fadiga, tosse e dificuldade para respirar.