
Pesquisadores apresentaram nesta sexta-feira (26), na Universidade Federal do Pará (UFPA), a Carta de Belém, documento que reúne contribuições de mais de 120 cientistas de 22 redes de pesquisa nacionais e internacionais. O texto foi lido no encontro ‘Conexões Amazônicas: Ciência e Rede para a COP 30’ e será referência para a Conferência do Clima da ONU (COP30), que ocorrerá em novembro na capital paraense.
O documento propõe ações para enfrentar as mudanças climáticas, conservar a floresta e promover justiça social. Entre os principais pontos estão: monitoramento de ecossistemas, restauração de áreas degradadas, uso de tecnologias como LiDAR e DNA ambiental, apoio a cadeias de sociobioeconomia, incentivo à agricultura familiar sustentável e formação de jovens pesquisadores da região.
“A compreensão da Amazônia vai além da teoria e exige a vivência local. É preciso ouvir e valorizar os povos tradicionais e ribeirinhos”, destacou o reitor da UFPA, Gilmar Pereira da Silva.
Reivindicações e Apoio à Pesquisa
A carta também reivindica financiamento contínuo para pesquisa, editais de longo prazo e políticas de fixação de cientistas na Amazônia. O professor Leandro Juen, coordenador do Centro Integrado da Sociobiodiversidade da Amazônia (Cisam), lembrou que a floresta é vital para todo o país:
“Os rios voadores que nascem na Amazônia levam chuvas para outras regiões do Brasil. Sem a floresta, não há equilíbrio climático.”
Assinam o documento universidades, institutos de pesquisa e redes como PELD, PPBio, INCT-SinBiAm e CAPACREAM. Os pesquisadores defendem que a COP30 seja um marco para transformar conhecimento em políticas públicas e garantir que investimentos cheguem às comunidades amazônicas.