Grande Belém

CARNAVAL 2023: 'Rabo do Peru' arrasta mais de 200 mil em Icoaraci

Expectativa é que o faturamento aumente 10% em relação ao ano passado e, pela primeira vez, supere o nível pré-pandemia. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.
Expectativa é que o faturamento aumente 10% em relação ao ano passado e, pela primeira vez, supere o nível pré-pandemia. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Diego Monteiro

O bloco mais popular da Vila Sorriso, que tradicionalmente sai pelas ruas do distrito de Icoaraci, encerrou o Carnaval 2023, em Belém, ao som de muito samba, axé, funk e brega. Ao todo, segundo os organizadores do “Rabo do Peru”, mais de 200 mil pessoas estiveram no último cortejo que, além de retornar para a avenida depois de dois anos de suspensão, completou, nesta quarta-feira, 22, o 28º aniversário.

Mas antes do arrastão, não poderia faltar a tradicional sopa, um caldo que leva carne moída, macaxeira, batata e o famoso mocotó, ingredientes que garantem dar energia para os brincantes até o final do trajeto. “Este é o ‘Sopão do Peru’, feito com muito amor e carinho para levantar todo mundo que anda meio triste e cansado para a brincadeira”, declarou a cozinheira, Luciléia Soares, 53.

O “Rabo do Peru”, famoso bloco de rua de Icoaraci, reúne milhares de pessoas, de todas as idades pelas ruas do distrito. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Quem não perde uma edição do bloco notou que este ano o caminho percorrido pelo charmoso peru foi diferente dos anteriores. A pedido da Prefeitura de Belém e dos órgãos de segurança, a manifestação saiu da rua Soledade e seguiu para a Quarta Rua (15 de Agosto). Foi deste ponto que foi dado, então, o início oficial dos desfiles até a rua Pimenta Bueno.

De acordo com o fundador do Rabo do Peru, Marco Antônio, a programação já faz parte do calendário do distrito e que este ano tem feito jus ao tema “Creio Que Dias Melhores Virão”. “E esse dia chegou!”, afirmou Marco. “Esta é a maior representação de que devemos aproveitar cada minuto das nossas vidas e estar aqui, com esse mar de gente, nos alegra muito”, completou.

Pela regra, a dispersão do bloco ocorreu por volta das 18h30, mas diferente dos demais arrastões carnavalescos que sempre oferecem uma festa após o cortejo, o Peru volta para o ninho e não participa de nenhum outro evento. “Desta forma, garantimos melhor segurança para todos, e assim, evitamos que qualquer situação de violência possa ocorrer durante a festa”, enfatizou Marco Antônio.

Irreverência tomou conta dos foliões. Foto-Wagner Santana/Diário do Pará.

Um dos diferenciais do Rabo do Peru foi a criatividade que o povo encontrou para pensar nas fantasias e maquiagens coloridas, elementos que ganharam destaques em meio a um mar de gente. O segurança Ivanildo Gonçalves Barreirinha, 63, por exemplo, já havia pensado no traje de lobo há pelo menos um ano, temática que foi preparada justamente para brincar na última quarta-feira. 

“Vale a pena esse esforço, já que depois que tudo que passamos, temos que aproveitar cada minuto como se fossem os últimos dias da nossa vida. Desta forma vim parar aqui, mas ao contrário do que muitos estão pensando, não sou um lobo mau e sim um lobo do bem, que ama a vida, as pessoas e todas as coisas boas que podemos ter”, explicou Barreirinha.

Teve estreante naquela tarde, trata-se do Felipe Samuel, de apenas 1 ano, que mesmo com pouca idade participou de boa parte do cortejo. “Talvez ele nem lembre no futuro, mas estamos fazendo as fotos para que ele possa ver que desde sempre esteve aqui, com a gente, levando esse cortejo lindo do Rabo do Peru para que o movimento continue vivo”, concluiu a mãe do pequeno, a autônoma Sandy Sindel, 21.