ECONOMIA

Black Friday: desconto no Ver-o-Peso varia de acordo com o perfil do cliente

Descontos são adaptados ao dia a dia e costuma pagar mais barato quem compra em maior quantidade. Feirantes se preparam para a Black Friday e alguns já têm definidas as promoções

O feirante Barbosa Silva explica que no Ver-o-Peso a promoção é uma prática diária, mas adaptada à demanda do cliente
Foto: Celso Rodrigues
O feirante Barbosa Silva explica que no Ver-o-Peso a promoção é uma prática diária, mas adaptada à demanda do cliente Foto: Celso Rodrigues

Enquanto novembro avança e o clima de Black Friday – promoções realizadas na última sexta-feira de novembro, este ano no dia 29 – começa a ganhar força no comércio nacional, o complexo do Ver-o-Peso, em Belém, acompanha o movimento com a criatividade típica dos feirantes. O local oferece uma versão peculiar da tradicional temporada de promoções, com descontos adaptados ao dia a dia e ao perfil de seus consumidores.

O feirante Barbosa Silva, de 59 anos, há 35 anos no ramo de vestuário, explica que no Ver-o-Peso o conceito de promoção é uma prática diária, mas adaptada à demanda do cliente. “A gente faz promoção dependendo da quantidade que ele compra. Por exemplo, uma camisa do Remo, que custa R$55, se a pessoa leva quatro ou cinco, eu deixo até por R$40 cada”, diz.

Mas, para o período bastante aguardado pelos frequentadores, ele já adianta: “Agora, para o dia 29, estou pensando em algo melhor, como vestidos com preços mais atrativos, principalmente nessa época de décimo terceiro chegando. A concorrência é grande, então precisamos nos organizar”, afirmou.

Entre as barracas de castanhas, nos pontos 155 e 156, o vendedor Jhony Ferreira, 37, também aposta em descontos flexíveis. Ele destaca que a castanha-do-pará e a de caju são as mais procuradas, tanto por consumidores locais quanto para exportação. A primeira está entre R$60 e R$100 o quilo, dependendo do tamanho. Já a de caju, em torno de R$70. Outro produto bastante procurado é o mel de cana, custando entre R$25 a R$40 o vidro.

“Na hora, sempre rola um desconto, especialmente quando o cliente compra em maior quantidade. Se é R$70, a gente deixa por R$65 ou R$60. No período de promoção, consigo dobrar as vendas, passando de, no mínimo, 20 para até 30 quilos de castanhas por dia. Todo mundo quer economizar, e a gente tem que agradar”, brinca.

Mistura

Já aqueles que preferem aproveitar uma promoção no setor de carnes e embutidos, o box de número 48 é a pedida. Orivaldo Santos, 67, com 51 anos de experiência no mercado, é conhecido por sua famosa “mistura” – uma seleção de 100 gramas de cada ingredientes, como bacon, charque, chouriço, calabresa, costela, orelha e rabo de porco, toucinho salgado e defumado –, pensada para render refeições econômicas.

Para o feirante, a ideia da promoção não é novidade, e a popularidade do combo aumenta no fim de ano, sendo uma oportunidade para reforçar as vendas. “Minha mistura custa R$38 o quilo, mas para a Black Friday vou fazer por R$35. Juntando um desconto aqui, outro ali, fica acessível, porque com um quilo você faz 15 pratos de feijão. É comida que rende. No final do ano, as pessoas já começam a comprar para o Natal e Ano Novo, e a gente vende muito bem”, detalhou.