Pará

Bioeconomia é tema de evento em Belém

Foto: Ricardo Amanajás/ Diário do Pará
Foto: Ricardo Amanajás/ Diário do Pará

Trayce Melo

Apresentar soluções e propostas com foco no fortalecimento da bioeconomia na Amazônia, modelos de financiamento inovadores e agregação de valor socioambiental. Esses e outros assuntos integraram a pauta do workshop “Impulsionando a Sociobieconomia da Amazônia”, realizado ontem à tarde (18), no Mangal das Garças, em Belém.

Organizado pelo Instituto Clima e Sociedade (iCS) e Banco do Brasil, o encontro contou com dezenas de participantes entre autoridades públicas, terceiro setor, representantes de organizações e iniciativas da Amazônia que atuam de formas diversas com sociobioeconomia. As discussões foram centradas em estratégias para alavancar investimentos, ecossistemas de negócios e estruturação de cadeias de valor da sociobioeconomia na região Amazônica.

Carina Pimenta, secretária de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará

Para a secretária de Bioeconomia do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Carina Pimenta, o evento permitiu alinhar o diálogo entre formuladores de políticas públicas e instituições de pesquisa. “A importância de debater a sociobieconomia na Amazônia é debater o futuro da Amazônia. Então, para nós é bastante importante que esse debate ocorra aqui com os atores que estão trabalhando localmente, sobretudo no Pará, que tem tido uma agenda bastante importante nesse tema, e envolver povos, comunidades tradicionais, comunidades indígenas e também os nossos empreendedores, porque existe um grupo enorme de pessoas buscando empreender, criar novos negócios que se relacionam com as cadeias da SocioBio e que também sofrem grandes desafios”, avalia.

“Para nós é fundamental a gente escutar e participar dessas discussões. Elas inspiram e ajudam a gente na construção da política pública e dos diferentes instrumentos que podem ajudar o Pará e a Amazônia a implementar a SocioBio da melhor forma possível”, acrescenta.

Carina Pimenta, destacou a importância da parceria com o Banco do Brasil firmada durante o evento. “Nós estamos assinando hoje com o Banco do Brasil um termo de cooperação técnica para apoiar o banco, para a gente cooperar com o banco na ampliação das estratégias de distribuição do crédito. O banco tem uma capilaridade já muito reconhecida para várias cadeias do agronegócio, mas para a bioeconomia nós precisamos trabalhar as especificidades e uma estrutura dedicada. Então o ministério tem trabalhado com o banco no sentido de como que a gente cria essas estruturas que não são apenas de concessão de crédito, mas de assessoria aos associações, as cooperativas e os empreendimentos”, apresenta.

José Ricardo Sasseron, vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil. Foto: Ricardo Amanajás/ Diário do Pará

O vice-presidente de Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, ressalta que a instituição tem dado uma grande importância para a bioeconomia na Amazônia. “Nós entendemos que essa é uma solução para a Amazônia de preservação e ao mesmo tempo apoiar um outro tipo de atividade econômica para a população da região, respeitando o meio ambiente, trazendo práticas sustentáveis e ao mesmo tempo tendo uma forma de economia aqui para a região”, descreveu.

Gabriel Santamaria, gerente geral da Unidade de ASG do Banco do Brasil. Foto: Ricardo Amanajás/ Diário do Pará

O gerente geral da Unidade de ASG do Banco do Brasil, Gabriel Santamaria, também pontuou que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), captou 250 milhões de dólares para investir em bioeconomia. “O banco hoje já tem 1 bilhão de reais investido em bioeconomia na região da Amazônia Legal, olhando para 40 culturas. Como cacau, castanhas, andiroba, entre outros produtos locais. A ideia é que a gente consiga criar modelos para impulsionar esse tema, seja na assessoria técnica, em oferecer condições negociais diferenciadas para esse público. Mas também entender a realidade da bioeconomia. Vamos ter um time especializado para impulsionar essa frente”, anunciou.

Desafios e recomendações

Durante o encontro, também foi apresentado o documento elaborado pelo iCS apontando os desafios e recomendações para o avanço de diferentes frentes de Soluções Baseadas na Natureza (SbN), sendo a Bioeconomia uma delas. A publicação foi produzida a partir dos resultados do encontro “Destravando o potencial das Soluções Baseadas na Natureza”, organizado pelo iCS em colaboração com o Ministério da Fazenda, realizado em novembro de 2023, em São Paulo.

Thais Ferraz, diretora de Programas do iCS. Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará

“A bioeconomia tem um papel muito importante e o Brasil pode ter um papel de grande destaque sendo bastante protagonista dessa agenda, porque é um modelo de negócio que concilia a conservação da floresta com a geração de renda para as populações que vivem nas regiões”, explica a diretora de Programas do iCS, Thais Ferraz.

“A gente tem uma visão bastante otimista e o objetivo da gente estar aqui é buscar esse tipo de aliança e parceria. Se não houver um esforço entre diferentes organizações e diferentes setores, a gente não consegue alavancar essa agenda. Por isso, é bastante simbólica uma parceria com o Banco do Brasil que tem bastante capilaridade e relevância e num alinhamento com políticas públicas”, pontuou.