Dr. Responde

Bettina Ferro oferece exame e tratamento para Ceratocone

Ceratocone é uma enfermidade não inflamatória que afeta a estrutura da córnea, camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular.
Ceratocone é uma enfermidade não inflamatória que afeta a estrutura da córnea, camada fina e transparente que recobre toda a frente do globo ocular.

O Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS/Ebserh), que integra o Complexo Hospitalar Universitário da Universidade Federal do Pará (CHU-UFPA), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) oferece diversos serviços para diagnóstico e tratamento do ceratocone, cuja principal característica é a redução progressiva da espessura da parte central da córnea, que é empurrada para fora, formando uma saliência com formato de um cone.

Esta condição é lembrada em todo o mundo no dia 11 de novembro, Dia Mundial do Ceratocone, como forma de ressaltar a importância do diagnóstico e prevenção da doença. Trata-se de uma doença rara e que atinge cerca de 150 mil pessoas por ano.

Segundo médico José Jesu Sisnando, chefe do Serviço de Córnea e Catarata da instituição, o Bettina oferece tratamento completo para esta linha de cuidado para pacientes regulados dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) como o crosslinking (procedimento cirúrgico indicado para evitar a progressão do ceratocone, através do aumento da rigidez e da resistência da córnea), anel intraestromal e transplante de córnea.

“É uma doença que ocorre principalmente pelo hábito de coçar o olho, por isso, saber que se deve conter este hábito é fundamental”, disse.

 

Sintomas:

Há casos de pessoas com história da doença na família que apresentam um quadro de ceratocone subclínico, sem sintomas. Quando eles aparecem, porém, variam de acordo com a fase da doença.

O mais característico é a perda progressiva da visão, que se torna borrada e distorcida (tanto para longe quanto para perto) e obriga a aumentar com frequência o grau das lentes dos óculos até que a solução é substituí-los por lentes de contato, que podem ser de diferentes tipos.

Outros sintomas incluem:

– sensibilidade à luz (fotofobia);
– comprometimento da visão noturna;
– visão dupla (diplopia);
– formação de múltiplas imagens de um mesmo objeto (poliopia) ou de halos ao redor das fontes de luz.

Tratamento:

Nas fases iniciais, quando a deformação da córnea não é grave, o uso de óculos é suficiente para recuperar a acuidade visual. No entanto, à medida que o ceratocone evolui, os óculos precisam ser substituídos por lentes de contato, que ajudam a ajustar a superfície anterior da córnea e a corrigir o astigmatismo irregular provocado pela deformidade.

Outras opções de tratamento são os anéis intracorneais ou intraestromais, chamados anéis de Ferrara, que são utilizados para regularizar a curvatura da córnea, quando os óculos e as lentes de contato não produzem mais o efeito desejado. Há, ainda, o crosslinking, uma intervenção que tem por objetivo fortalecer as moléculas de colágeno da córnea para evitar que ela continue abaulando.

Embora o ceratocone seja uma causa frequente de transplante de córnea, ele só é indicado para um pequeno número de casos mais graves, quando os pacientes deixaram de responder bem às outras formas de tratamento.

Prevenção:

Ainda não se conhecem maneiras de prevenir o aparecimento do ceratocone, por ser uma doença de caráter genético e hereditário. Porém, é possível controlar a evolução da doença nas pessoas geneticamente predispostas, corrigindo o hábito de coçar os olhos, tratando a rinite alérgica, as alergias dermatológicas e a asma, por exemplo, que podem causar a coceira. É importante, também, avaliar as condições de adaptação e higiene das lentes de contato, se for o caso.

Crianças e adolescentes devem consultar regularmente o oftalmologista, sobretudo se existirem casos de ceratocone na família. O diagnóstico precoce é fundamental para controlar a progressão da doença e preservar a acuidade visual.

Fontes:

Dr. Dráuzio Varella
Sociedade Brasileira de Oftalmologia