O cheiro de café passado pela manhã tem o poder de despertar não só os sentidos, mas também debates sobre seus efeitos na saúde. E este sábado, 24 de maio, Dia Nacional do Café, é a oportunidade de colocar na mesa essa paixão que atravessa gerações, culturas e fronteiras no Brasil.
A data foi instituída em 2005 pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), para marcar o início da colheita nas principais regiões cafeeiras e homenagear a história e a cultura do café no país, que é o maior produtor e exportador de café do mundo. Seus efeitos no corpo podem ser tanto benéficos quanto prejudiciais, tudo vai depender da quantidade, da frequência e da sensibilidade do organismo.
“O café consumido com moderação tem uma série de efeitos positivos. Melhora a disposição física e intelectual, protege o sistema cardiovascular, contribui na prevenção de doenças degenerativas, como Alzheimer, e segundo alguns estudos, ainda reduz entre 17% a 24% o risco de diabetes tipo 2, especialmente entre quem consome de três a cinco xícaras pequenas por dia, sem açúcar”, explica o médico nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Associação Brasileira de Nutrologia (Abran).
Benefícios e malefícios do café
De acordo com o especialista, o café é rico em antioxidantes, como os ácidos clorogênicos, contribuindo para a saúde do cérebro, do coração e para um envelhecimento mais saudável. “Ele estimula o sistema nervoso central, melhora a capacidade cognitiva, além de ter efeito broncodilatador, ajudando até na função pulmonar”, destaca.
Mas nem tudo são flores – ou grãos. A cafeína também é capaz de provocar efeitos indesejados quando consumida em excesso. Segundo o nutrólogo, a dose segura para adultos saudáveis gira em torno de 400 miligramas de cafeína por dia, o equivalente a quatro xícaras de café coado. “Quando ultrapassamos esse limite, podem surgir problemas como insônia, ansiedade, irritabilidade, aumento dos batimentos cardíacos e até doenças gastrointestinais, como gastrite e refluxo”.
O médico chama a atenção para um grupo específico: pessoas com arritmia cardíaca e prolapso da válvula mitral – condição que, segundo ele, afeta cerca de 40% das mulheres. “Nessas pessoas, a ingestão excessiva de cafeína pode acelerar ainda mais a frequência da possibilidade de desenvolver arritmias cardíaca”.
Outro ponto pouco comentado, mas fundamental, é que o café interfere na absorção de minerais importantes, como ferro e cálcio. “Isso é particularmente relevante para quem tem anemia ferropriva ou osteoporose. Nessas situações, o consumo deve ser bem controlado e, de preferência, afastado das principais refeições”.