Carol Menezes
Desde novembro de 2021, a hidrelétrica de Belo Monte opera sem licença ambiental, que venceu na ocasião. Desde então, a Norte Energia tenta justificar o injustificável: um projeto que, além de ineficiente em termos de energia, provocou impactos ambientais e sociais profundos.
O projeto, que custou R$ 19 bilhões, alterou o curso do rio Xingu, deslocou dezenas de milhares de pessoas e provocou a morte de espécies da flora e da fauna locais – mais de 85 mil peixes entre 2015 e 2019, segundo o Ministério Público Federal. Em paralelo, houve a invasão de madeireiros ilegais e a transformação dos rios, e moradores reclamam da falta de assistência da Norte Energia e do poder público.
ALDEIAS NO ESCURO
Há aldeias indígenas que vivem permanentemente no escuro. Linhas de transmissão que escoam a eletricidade de Belo Monte passam praticamente na porta de algumas comunidades, mas não entram. Em uma delas, o que existe é uma máquina a diesel fóssil – um total contrassenso, já que se trata de uma energia elétrica suja e muito mais cara que a hidrelétrica – fornecida pela Norte Energia e que funciona apenas por algumas horas por dia.