Ana Laura Costa
Embora a Emergência Sanitária Global de Covid-19 tenha sido suspensa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) continua ressaltando a necessidade da imunização por meio da vacinação contra a doença. No entanto, a queda na procura por vacinas contra covid na fase pós-pandêmica é preocupante, apesar da disponibilidade de doses de reforço e da vacina bivalente, nos postos de saúde da capital paraense.
No último dia 16, a Secretaria de Estado da Saúde do Pará (Sespa) divulgou dados atualizados sobre o número de doses aplicadas no Pará, um total de 17 milhões. Além disso, o Pará também registrou 884.319 casos confirmados, 842.119 pacientes recuperados e 19.146 mortes em decorrência da doença, desde o período da pandemia.
DOSES
O levantamento ainda aponta que, embora 90,20% dos paraenses tenham tomado a segunda dose dos imunizantes, só 33,40% retornaram aos postos de saúde para tomar a dose de reforço. E quando se fala sobre os que tomaram a segunda dose de reforço, essa porcentagem cai ainda mais: apenas 8,45%.
Na Unidade Municipal de Saúde situada na rua Domingos Marreiros, no bairro do Umarizal, além das doses monovalentes, usadas para início ou continuidade do esquema vacinal, a vacina bivalente – que promove a imunização para novas variantes do coronavírus, além da cepa original – também estão disponíveis à população. Porém, a procura ainda é baixa.
A estudante Ivi de Oliveira, de 18 anos, iniciou o pré-natal na unidade de saúde, mas revela que só tomou até a segunda dose da vacina contra covid. “Me sinto segura com as duas doses que cheguei a tomar, mas acredito que agora, com a gestação, vou precisar atualizar o esquema vacinal”, pontua.
O operador de caixa Davy Lopes, 22, afirma que a falta de interesse foi o motivo para não seguir com o calendário vacinal. “Tomei até a segunda dose. Cheguei a me contaminar na pandemia, mas só senti dores na costa”, afirma.
Quem também parou na segunda dose foi o motoboy Anderson Belucio, de 42 anos. Confiante no imunizante, ele revela que pretende tomar as doses restantes. “Às vezes é a falta de tempo também, mas pretendo sim tomar as doses que faltam”, afirma.
SEGURANÇA
A coordenadora de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Nazaré Athayde, explica que a vacina monovalente contra a Covid-19 foi criada com a cepa original do vírus Sars-CoV-2, causador da doença, já os imunizantes bivalentes protegem contra duas versões do vírus de uma só vez, pois foram produzidas com o vírus original, bem como com as cepas mais recentes da doença, da variante Ômicron.
“Para tomar vacina bivalente, o paciente precisa ter tomado a monovalente e ter a partir de 18 anos de idade, importante frisar isso. Então, chamamos a população para se imunizar, pois o ato de vacinar-se é uma responsabilidade social, uma ação coletiva de responsabilidade. A vacina é segura e importante!”, destaca.