Uma área equivalente ao tamanho da cidade de São Paulo foi desmatada na Amazônia apenas em julho deste ano. Estimativas apontam que a taxa anual de desmatamento no Bioma Amazônico será a maior dos últimos anos.
Nos anos de 2020, 2021 e 2022, os meses de julho do governo Bolsonaro contabilizaram, juntos, 4.600 km² de floresta derrubada, um número quase 160% maior do que o registrado entre 2016 e 2018. Crescem, todos os meses, o desmatamento e as queimadas na região.
Para o senador Jader Barbalho (MDB-PA) há um descontrole geral do sistema de proteção da Amazônia. O senador cobra do Ministério do Meio Ambiente informações sobre as providências que estão sendo tomadas para frear esse avanço.
“Enquanto o Brasil completava o Bicentenário da Independência, no dia 7 de setembro, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) registrava 18.374 focos de incêndio na Amazônia, marca superior a todo mês de setembro de 2021”, lembra o parlamentar em ofício encaminhado ao ministro Joaquim Álvaro Pereira Leite.
Governo do Pará: veja a agenda de candidatos nesta quarta
“Dei uma aloprada”, diz Bolsonaro sobre falas da pandemia
No período citado por Jader, o registro já batia novos recordes: foram 16.742 focos no mesmo mês no ano passado. “A fumaça já cobre outros estados brasileiros, como Rondônia, Acre, Paraná, São Paulo, e chegou também a países vizinhos como a Bolívia.
ASSUSTADOR
O desmatamento continua batendo recordes todos os meses. Em agosto, foram derrubados 1.661 km² de floresta, um aumento de 81% em relação aos dados de 2021. O valor é o segundo maior observado no mês de agosto no histórico recente do Bioma, perdendo apenas para o de 2019, primeiro ano do atual governo.
Jader Barbalho enfatiza ao ministro do Meio Ambiente a necessidade de desacelerar a devastação na Amazônia, e cita dados do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Não foi apenas o desmatamento que teve crescimento considerável em agosto.
Lembro que as queimadas, naquele mês, superaram todas as marcas desde 2010, com 33.116 focos, o que representa um aumento de 18% em relação ao mesmo mês de 2021”, relata. “Infelizmente o desmatamento e as queimadas andam praticamente juntos. A floresta é derrubada, boa parte da madeira é vendida clandestinamente e o que sobra é deixado para secar. Daí se usa o fogo para ‘limpar’ a área”, reforça.
“Até hoje nada foi feito para desbloquear o Fundo Amazônia, que foi paralisado em 2019 por culpa do atual governo. Os recursos do Fundo Amazônia eram utilizados para fomentar projetos que combatam o desmatamento da Floresta Amazônica e promover a preservação e desenvolvimento sustentável da floresta”, ressalta o senador no ofício ao ministro.
“Diante desses fatos, solicito a Vossa Excelência que informe: quais as providências que estão sendo tomadas para frear o desmatamento e as queimadas na Amazônia e quanto de recurso já foi mobilizado e destinado para esses fins? O que está sendo feito para o desbloqueio do Fundo Amazônia?”, cobra o senador paraense no documento.
O ofício encaminhado ao ministro do Meio Ambiente foi protocolado ontem. “Espero ter respostas que nos permitam ter um mínimo de esperança para o nosso planeta”, conclui Jader, lembrando que a Amazônia Legal abrange 59% do território brasileiro, distribuído por 775 municípios e representa 67% das florestas tropicais do mundo.
Se fosse um país, a Amazônia Legal seria o 6º maior do mundo em extensão territorial. Um terço das árvores do planeta estão na região, além de 20% das águas doces.
“Infelizmente o desmatamento e a queimada andam praticamente juntos. A floresta é derrubada, boa parte da madeira é vendida clandestinamente”. Jader Barbalho, senador.