Pará

Aumentam internações e óbitos por influenza e VSR; Pará tem alta de casos

A partir deste sábado, 9, a vacina contra a Influenza (vírus da gripe) estará disponível para toda a população de Belém, a partir de seis meses de idade
A vacinação é fundamental para evitar a gripe. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Agência Fiocruz de Notícias

O novo Boletim InfoGripe da Fiocruz, divulgado nesta quinta-feira (2/5), aponta manutenção do aumento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no país. O atual cenário é reflexo do crescimento de casos de vírus sincicial respiratório (VSR) e de influenza em diversas regiões.

A análise destaca que a ampliação da circulação do VSR tem gerado aumento expressivo da incidência e mortalidade de SRAG nas crianças pequenas, superando aquelas associadas à Covid-19 nessa faixa etária. Outros vírus respiratórios que se mantêm com alta incidência de SRAG na população até 2 anos são Sars-CoV-2 (Covid-19) e rinovírus.

O número de casos de óbitos SRAG tem se mantido significativamente mais elevado nos idosos, com amplo predomínio de Covid-19. Nas crianças pequenas, as mortes associados ao VSR mantêm amplo predomínio nas últimas oito semanas epidemiológicas, refletindo o cenário da circulação viral do período. Entre o total de óbitos, o aumento de influenza A faz com que o percentual associado a esse vírus entre os óbitos comece a se aproximar do observado para Sars-CoV-2 nos óbitos das últimas quatro semanas, como mostra o estudo. A análise é referente à Semana Epidemiológica 17, período de 21 a 27 de abril, e tem como base nos dados inseridos no Sivep-Gripe até 29 de abril.

Nas  quatro últimas semanas epidemiológicas a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 24,3% para influenza A, 0,4% para influenza B, 58,0% para vírus sincicial respiratório e 7,9% para Sars-CoV-2 (Covid-19). Quanto aos óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 38,0% para influenza A, 1,1% para influenza B, 11,6% para vírus sincicial respiratório e 46,4% para Sars-CoV-2. Em relação aos casos positivos do ano corrente, 16,3% são de influenza A, 0,3% de influenza B, 35,8% de vírus sincicial respiratório (VSR) e 35,0% de Sars-CoV-2.

O pesquisador do Programa de Computação Cientifica da Fiocruz e coordenador do Boletim InfoGripe, Marcelo Gomes ressalta que diante do atual quadro epidemiológico do país, a vacinação é fundamental. “É muito importante que a população busque, em particular, se vacinar contra a influenza, que está com campanha aberta, ampliada nacionalmente pelo Ministério da Saúde para todas as faixas etárias. Mas como não é o único vírus respiratório que está com grande circulação, só a vacina da gripe não vai resolver todos os problemas, ela vai ajudar, obviamente, a diminuir essas internações especificamente associadas ao vírus. Por isso, o uso de boas máscaras também é um aliado extremamente fundamental, especialmente pra quem tiver indo para unidade de saúde, e também a pessoa que estiver com sintomas de infecção respiratória”.

Gomes destaca ainda a importância do uso de boas máscaras – tais como N95, KN95 e PFF2 – para quem apresenta sintomas de resfriado. As máscaras, ressalta o pesquisador, ajudam a diminuir o risco de transmissão para outras pessoas, seja no transporte público, no trabalho ou em ambientes de aglomeração. “Faça repouso, faça o isolamento, porque isso também vai ajudar não só na sua própria recuperação, como também diminuir a exposição do restante da população”, aconselha.

Estados

Vinte e duas unidades federativas apresentam crescimento de casos de SRAG na tendência de longo prazo: Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Rondônia, Santa Catarina, Sergipe, São Paulo e Tocantins.

Em relação aos casos de SRAG por Covid-19, se mantêm o sinal de queda nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Nas demais regiões, os indícios são de estabilidade em patamares relativamente baixos. O cenário atual do aumento de SRAG no país é decorrência fundamentalmente dos vírus VSR, influenza A e rinovírus.

Capitais

Entre as capitais, 19 apresentam sinal de crescimento nos casos de SRAG: Aracaju (SE), Boa Vista (RR), Plano Piloto e arredores de Brasília (DF), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Goiânia (GO), João Pessoa (PB), Maceió (AL), Manaus (AM), Palmas (TO), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), São Luís (MA), São Paulo (SP) e Vitória (ES).