
O Pará fechou o primeiro semestre de 2025 com saldo positivo na balança comercial: de janeiro a junho, o estado registrou superávit de US$ 9,6 bilhões, um crescimento de 0,45% em relação ao mesmo período do ano passado.
Com esse resultado, se mantém na terceira posição nacional em saldo comercial, atrás apenas de Mato Grosso e Minas Gerais, e ocupa o sexto lugar em valor exportado, com US$ 10,9 bilhões.
Entre os produtos enviados ao exterior, os chamados não tradicionais – como soja, carne bovina e bovinos vivos – somaram US$ 1,72 bilhão, enquanto itens tradicionais, como pimenta e suco de frutas, responderam por US$ 294,6 milhões. As cidades de Canaã dos Carajás e Parauapebas, no sudeste paraense, aparecem entre as dez que mais exportaram no Brasil, com US$ 2,8 bilhões e US$ 2,1 bilhões, respectivamente. Também se destacam Barcarena (US$ 1,9 bi), Marabá (US$ 1,3 bi) e Paragominas (US$ 350,9 mi). A capital Belém, por sua vez, ocupa a 12ª colocação, com US$ 112,8 milhões.
Mas esse bom desempenho pode estar com os dias contados. A partir de 1º de agosto, entra em vigor o chamado tarifaço, pacote de medidas do governo norte-americano que eleva tarifas de importação para produtos brasileiros – incluindo soja, carnes, café, aço, alumínio e sucos – de 10% para até 50%.
Há uma expectativa negativa de que a mudança pode retirar até R$ 175 bilhões da economia brasileira e provocar o fechamento de mais de um milhão de empregos. No Pará, onde parte considerável das exportações está ligada justamente ao agronegócio e à mineração, a preocupação é com a perda de competitividade frente a outros países fornecedores e o risco de contratos cancelados.
“É fundamental que essas decisões sejam conduzidas com equilíbrio e responsabilidade, de forma a evitar impactos desproporcionais sobre setores mais sensíveis da economia”, alerta Cassandra Lobato, gerente do Centro Internacional de Negócios da Fiepa. “Defendemos a manutenção de um diálogo diplomático aberto e construtivo para preservar investimentos, minimizar prejuízos e garantir a continuidade de relações comerciais historicamente consolidadas”, completa.