Pará

Arraial do Pavulagem anima ambiente do Hospital Ophir Loyola

Pacientes, acompanhantes e funcionários da unidade de tratamento oncológico aproveitaram o momento de música, dança e cultura popular. Foto: Rafael Diniz/Ascom HOL
Pacientes, acompanhantes e funcionários da unidade de tratamento oncológico aproveitaram o momento de música, dança e cultura popular. Foto: Rafael Diniz/Ascom HOL

Com música e cultural popular, o Arraial do Pavulagem alegrou e coloriu nesta sexta-feira (19) o ambiente do Hospital Ophir Loyola, em Belém. O grupo levou a cultura do boi-bumbá para um dos mais importantes hospitais do Pará, encantando a todos com dança, toadas, fitas coloridas e instrumentos musicais.

O evento cultural foi organizado pela Divisão de Terapia Ocupacional para promover momentos de bem-estar aos pacientes, acompanhantes e servidores, que dançaram, cantaram e aplaudiram o cortejo pelos corredores.

A terapeuta ocupacional do HOL, Márcia Nunes, ressaltou a importância de trazer arte e alegria a um ambiente de vivências tão desafiadoras.

“Trazer um pouco da nossa cultura para dentro do Hospital libera os hormônios do bem-estar e reflete na melhor adesão ao tratamento. A arte e a música ajudam nesse processo, mobilizam emoções positivas e fazem com que o paciente tenha suporte durante o enfrentamento da doença. Ajuda também a superar todas as dificuldades do dia a dia. A arte tem esse poder de se reinventar e fazer com que o paciente volte a acreditar que é possível ser curado”, afirmou Márcia Nunes.

A vice-presidente do Arraial do Pavulagem, Diene Sena, 54 anos, faz parte do Instituto há 17 anos, e se emociona sempre que relembra sua história com o Instituto.

“Há anos eu tinha vontade de participar do Instituto Arraial do Pavulagem. Um dia, ao passar em frente a uma fundação cultural, ouvi a batida da música. Resolvi entrar, me encantei, e desde então não saí mais. Me envolvi muito com o projeto. Iniciei como brincante, depois abracei a dança e fui para a percussão. Hoje, fico muito feliz em compartilhar esse amor com aqueles que enfrentam o câncer. Sempre é uma emoção diferente”, contou Diene.

Em tratamento contra um câncer no intestino, Helena Guedes, 60 anos, ficou emocionada ao encontrar o boi pela segunda vez na vida.

“Estou aqui há mais de um mês, longe da família, sem estar em contato com as alegrias que acontecem fora do Hospital. Por isso, quando vem uma atração musical e cultural até aqui, percebo que alguém se preocupa conosco. Percebo que nem tudo está perdido, que a vida não é só espinhos; há flores, também. Dancei e me diverti bastante”, contou a paciente.

Emoção

Maria de Nazaré Cardoso, 70 anos, casada há mais de 50 anos com José Cardoso, que está internado na Clínica de Cuidados Paliativos Oncológicos. Ter um momento de leveza em meio à dor levou Nazaré às lágrimas.

“O meu marido ama o Arraial do Pavulagem. O cortejo sempre passava em frente a nossa casa. Era uma alegria. A gente dançava e cantava. Hoje, infelizmente meu marido enfrenta a luta contra o câncer, mas ele pôde presenciar o que nos fazia felizes. Isso me emocionou muito. Relembrei toda a nossa história juntos”, relatou Maria de Nazaré.

O Arrastão do Arraial do Pavulagem está em atividade há 36 anos. O cortejo ocorrerá aos domingos, a partir do dia 11 de junho, até o primeiro domingo de julho, com apresentação do boi, dança e música pelas ruas de Belém