JULGAMENTO

Após matar a mulher na frente dos filhos, réu é condenado no Pará

O réu foi sentenciado a 22 anos de reclusão, com regime inicial fechado, e teve negado o direito de recorrer em liberdade.

Após matar a mulher na frente dos filhos, réu é condenado no Pará Após matar a mulher na frente dos filhos, réu é condenado no Pará Após matar a mulher na frente dos filhos, réu é condenado no Pará Após matar a mulher na frente dos filhos, réu é condenado no Pará
Entenda o caso de réu condenado por feminicídio em Belém. Descubra as razões que levaram à condenação e as agravantes.
Entenda o caso de réu condenado por feminicídio em Belém. Descubra as razões que levaram à condenação e as agravantes.

Os jurados do 1º Tribunal do Júri de Belém, sob a presidência do juiz Edmar Silva Pereira, decidiram pela condenação de Pedro Alcides Sá Pereira, de 59 anos, pintor automotivo, que confessou ter cometido o crime de feminicídio contra sua esposa, Maria de Fátima Reis Machado, com quem estava casado há cerca de 20 anos. O réu foi sentenciado a 22 anos de reclusão, com regime inicial fechado, e teve negado o direito de recorrer em liberdade.

A condenação foi baseada na tese acusatória apresentada pelo promotor público Gerson Daniel da Silveira, que solicitou a punição de Pedro Alcides por feminicídio, agravado pela presença dos filhos do casal, incluindo um deles com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Durante sua argumentação, o promotor destacou que este foi o segundo homicídio de gênero cometido pelo réu.

No primeiro caso, o réu foi condenado a 16 anos de prisão em uma sessão de júri na cidade de São Luís (MA), mas, por bom comportamento, teve sua pena reduzida e foi liberado.

O defensor público Rafael da Costa Sarges tentou sustentar a tese de homicídio privilegiado, mas os jurados, por maioria, rejeitaram essa argumentação.

Durante os depoimentos, o primeiro filho da vítima, de um relacionamento anterior, revelou que o casal vivia uma relação conturbada e que, devido às constantes agressões sofridas por sua mãe, decidiu se mudar para a casa de uma tia. O jovem, que acolheu o irmão com TEA, relatou que a mãe nunca havia denunciado o comportamento agressivo do marido.

No interrogatório, Pedro Alcides confessou ter desferido facadas em Maria de Fátima, mas afirmou lembrar-se apenas de ter atingido o abdômen da vítima. Ele alegou que a esposa estava lhe traindo com um vizinho, identificado como membro de uma facção criminosa, que o teria ameaçado por telefone. O laudo pericial, no entanto, confirmou múltiplas lesões no tórax e no abdômen de Maria de Fátima.

De acordo com a denúncia, Pedro Alcides chegou em casa pela manhã, demonstrando um comportamento agressivo, e, após uma crise de ciúmes, acusou a mulher de traição com um vizinho chamado César. As agressões foram testemunhadas por seu filho João Luan, que, ao perceber a violência, começou a gritar por seu irmão Lucas. Este chegou a enfrentar o pai em uma luta corporal para tentar proteger a mãe.

Vizinhos tentaram entrar para prestar socorro à vítima, que já estava gravemente ferida, mas foram inicialmente impedidos pelo acusado, que se trancou dentro de casa com a esposa. Após algum tempo, os populares conseguiram arrombar a porta e levar a mulher ao Hospital Metropolitano, mas ela não resistiu aos ferimentos e faleceu no dia seguinte.

Antes de cometer o feminicídio, Pedro Alcides deixou um bilhete, encontrado pelos policiais logo após o crime. No bilhete, o réu xingava a vítima de “traidora” e usava outros termos depreciativos. Ele ainda colou uma foto 3×4 de Maria de Fátima e incluiu números de telefone e os nomes de três homens, um dos quais identificado como César.

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.