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Anuário 2025 aponta forte redução nas mortes violentas no Pará

O estado também implementa desde 2021 o projeto Usinas da Paz, citado no Anuário como uma das ações eficazes de prevenção à violência.

. O estado também implementa desde 2021 o projeto Usinas da Paz, citado no Anuário como uma das ações eficazes de prevenção à violência.
. O estado também implementa desde 2021 o projeto Usinas da Paz, citado no Anuário como uma das ações eficazes de prevenção à violência.

O Brasil registrou 44.127 mortes violentas intencionais (MVI) em 2024, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2025, divulgado nesta quinta-feira (24). A taxa nacional ficou em 20,8 mortes por 100 mil habitantes, uma redução de 5,4% em relação ao ano anterior (21,9), atingindo o menor índice desde 2012.

As mortes violentas intencionais incluem homicídios dolosos, latrocínios (roubo seguido de morte), lesões corporais seguidas de morte, além de mortes de policiais (civis e militares) e aquelas provocadas por intervenção policial.


📉 Pará reduz mortes violentas em 7,3%

Entre os destaques positivos está o Pará, que registrou uma queda de 7,3% nas mortes violentas entre 2023 e 2024. Foram 2.560 ocorrências no último ano, ante 2.745 no ano anterior. O estado também implementa desde 2021 o projeto Usinas da Paz, citado no Anuário como uma das ações eficazes de prevenção à violência.

A redução acompanha a tendência de 22 das 27 unidades da Federação, que apresentaram recuo na violência letal em 2024. Apenas quatro estados tiveram aumento na taxa de MVI:

  • Maranhão (+12,1%)
  • Ceará (+10,9%)
  • São Paulo (+7,5%)
  • Minas Gerais (+5%)

Santa Catarina foi o único estado que se manteve estável.


📊 O que explica a queda na violência?

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública aponta uma combinação de fatores para o cenário de redução da violência letal no país:

  • Políticas públicas orientadas por dados e evidências, como os programas “Paraíba Unida pela Paz” e “Estado Presente” (ES);
  • Iniciativas de integração entre forças policiais e ações sociais, como o RS Seguro (RS) e as Usinas da Paz (PA);
  • Controle de armas e munições;
  • Mudanças demográficas, como a queda na população jovem — historicamente mais exposta à violência.

📍 Nordeste concentra cidades mais letais do país

Apesar da melhora nos índices nacionais, o ranking das dez cidades com maiores taxas de MVI é composto inteiramente por municípios do Nordeste. A lista inclui:

  • Bahia (5 cidades)
  • Ceará (3 cidades)
  • Pernambuco (2 cidades)

A violência nesses locais está ligada a disputas entre facções criminosas, com foco no controle do tráfico de drogas. As vítimas, em sua maioria, são jovens, negros, do sexo masculino e moradores de áreas periféricas.

Importante: nenhuma cidade do Pará aparece no ranking das 10 mais violentas.


👮 Letalidade policial segue alta em algumas regiões

O Anuário também chama atenção para a letalidade policial, que permanece alta em diversos estados — independentemente da orientação política dos governos locais.

Nos municípios baianos, os índices de mortes causadas por policiais são alarmantes. Em Jequié, 1 em cada 3 homicídios foi cometido por agentes do Estado. Em Simões Filho, esse índice foi de 1 em cada 4 casos.

Já em cidades como Maranguape (CE) e Cabo de Santo Agostinho (PE), a participação policial nas mortes violentas é baixa — 2% e 3%, respectivamente.

Baixe aqui o Anuário completo

Clayton Matos

Diretor de Redação

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.

Clayton Matos é jornalista formado na Universidade Federal do Pará no curso de comunicação social com habilitação em jornalismo. Trabalha no DIÁRIO DO PARÁ desde 2000, iniciando como estagiário no caderno Bola, passando por outras editorias. Hoje é repórter, colunista de esportes, editor e diretor de redação.