Pará

Ananindeua tem lixo e buracos para todo lado

Even Oliveira

Manutenção viária, saneamento básico e mobilidade urbana são elementos primordiais para que a população tenha mínima dignidade onde mora e transita. No entanto, não é isso que vem ocorrendo em ruas e avenidas de Ananindeua.

Colocando em risco não apenas o deslocamento, mas também a segurança dos residentes da avenida Pindorama, próxima a Estrada da Vila Nova, no bairro do Coqueiro, há uma erosão do asfalto potencializada pelo transbordamento de um córrego de esgoto. De acordo com relatos, houve o desabamento de parte de uma casa há um mês.

Os donos, procurados pela equipe de reportagem, não foram encontrados porque haviam mudado para uma casa, em Belém, emprestada temporariamente por amigos; mas de acordo com o pedreiro Vagner Carvalho, o problema da casa fica ainda mais acentuado pela falta de soluções da prefeitura, que não deu suporte.

A dona de casa Cleici Santos, 42 anos, há dezoito também encara a realidade de alagamento na avenida Pindorama. Por causa do mesmo córrego, já perdeu alguns móveis. “O que nos resta é a insatisfação, porque vivemos desse jeito. Quando o canal enche, a minha casa, que fica na outra rua, enche também. Já fizemos ofício para que a prefeitura pudesse entrar aqui e ver como ficamos. É difícil, ainda mais que eu tenho um neto de 4 meses em casa”, relata.

A vendedora Sandra Lopes, 40, moradora da avenida há três anos, relata que a preocupação é ainda maior porque precisar dobrar a atenção em dias que a chuva está intensa, porque sua casa corre o risco de desabar ou ser danificada na erosão e também por causa dos filhos, especialmente do caçula. “A gente fica na insegurança. A prefeitura, depois de muito pedirmos, veio aqui quebrar os canos para passar água, olhou o entorno, mas nada de providências maiores e efetivas”, diz.

Os buracos no asfalto têm causado transtornos para os motoristas, motociclistas e ciclistas que utilizam diariamente essas vias. Relatos da população mencionam prejuízos materiais aos veículos e risco à segurança dos usuários. Na rua Santa Terezinha com a passagem Coletiva, o administrador Ricardo Luis, 48, que estava passando de bicicleta, encontrou dificuldade para fazer o trajeto. “A gente quer saber da prefeitura como é que fica essa situação, porque se formos observar toda a redondeza, como a [estrada] Vila Nova, os conjuntos, vão ver o problema ainda maior”, questiona.

LIXO

Além dos buracos, outros problemas ganham destaque nos asfaltos de Ananindeua. O acúmulo de lixo é um deles. O cenário repleto de entulho pode ser observado nas partes principais da rodovia Mário Covas. Madeira, galhos de árvores, restos de lixo doméstico e de animais mortos são exemplos e, para melhor transitar, os pedestres precisam passar por cima deles nas calçadas.

Nas curvas da Alameda Vila Nova, a essência do problema é semelhante, o que muda é a quantidade e os tipos de objetos variados jogados em uma de suas entradas. Somado a isso, a coleta seletiva dos dejetos não ocorre com frequência, que tende a desencadear o problema do convívio com o odor.

Afetado pela situação, o aposentado Ezequiel Santos, 57, que mora desde os 8 anos de idade no local, frisa o descontentamento com a gestão no local. “De uns tempos para cá o problema só se agravou. O [carro] de lixo não passa toda semana, às vezes é só por mês. É preciso mudar”, afirma.

Ainda na alameda, a cabeleireira Mirtes Gabrielly, 42, comenta que as visitas à sogra são sempre com o mesmo cenário: passar pelo lixo. “Os motoristas de carro de aplicativo, às vezes, não querem nem passar porque é horrível”, lamenta. De acordo com ela, a situação fica ainda pior em dias de chuva, em que os entulhos são arrastados em torno de toda a rua. “Fica perigoso, porque é tudo quanto é tipo de lixo, jogam de tudo que você possa imaginar”, finaliza.

A reportagem solicitou resposta para a Prefeitura de Ananindeua, mas até o fechamento desta edição, não teve retorno.

O DIÁRIO percorreu diversas ruas do município e encontrou crateras e muita sujeira FOTOS: ANTÔNIO MELO