DESCASO

Ananindeua: cemitério Parque Girassol está abandonado

Além do mato que toma conta das sepulturas, portões permanecem abertos, gerando insegurança

Além do mato que toma conta das sepulturas, portões permanecem abertos, gerando insegurança

. Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.
Além do mato que toma conta das sepulturas, portões permanecem abertos, gerando insegurança . Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

Em estado de abandono, o Cemitério Parque Girassol, localizado no conjunto de mesmo nome, no bairro Águas Brancas, deveria ser um espaço de respeito e dignidade para os que perderam seus entes queridos, mas a realidade é outra: agora está tomado por mato, lixo e falta de infraestrutura básica. A situação precária tem gerado revolta entre os moradores, que veem no descaso das autoridades um desrespeito à memória dos falecidos.

O DIÁRIO, que esteve no local no início deste ano, retornou no local na última semana para averiguar as denúncias. O cenário encontrado continua preocupante: com três opções de entrada, sendo uma delas a oficial, próxima a capela, os portões enferrujados permanecem abertos, sem nenhum tipo de vigilância; as outras duas, nem portões possuem. Na entrada, há lixo, enquanto as grades ao longo da extensão do muro, as que ainda restam, estão quebradas. O mato cresce por todo o espaço, cobrindo até mesmo algumas sepulturas. Folhas secas espalhadas pelo chão e um tronco de árvore derrubado sobre os túmulos completam o cenário de abandono.

Além do mato que toma conta das sepulturas, portões permanecem abertos, gerando insegurança Foto: Mauro Ângelo/ Diário do Pará.

A capela do cemitério também está em estado de desamparo. A falta de vigilância também agrava a utilização do local para consumo de drogas, como alguns vestígios de quem passou por lá, há uma mesa de plástico e resquícios de cigarros. Além de duas áreas atrás da construção transformadas em depósitos de lixo. No momento da visita, não havia nenhum responsável no local para fornecer informações sobre as sepulturas. Para quem deseja visitar seus entes falecidos, é preciso contar com a própria sorte para localizar a sepultura.

O entregador Orlando Santos, de 22 anos, que mora na região há 16 anos, diz que a limpeza só é feita em períodos pontuais, como o Dia de Finados, e descreve o sentimento de frustração ao passar pelo local.

“Isso era para ser bem limpo, bem iluminado. A energia está cortada, o lugar está abandonado. A gente paga impostos e espera que o mínimo seja feito. Quem tem entes queridos enterrados aqui merece respeito”, comenta.

RESPOSTA

A Prefeitura de Ananindeua, por meio da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência Social e Trabalho (SEMCAT), informa que “a manutenção dos três cemitérios públicos do município é realizada regularmente, seguindo um cronograma pré-estabelecido. Entretanto, têm ocorrido frequentes atos de depredação do patrimônio público, principalmente relacionados ao uso indevido do espaço por pessoas que fazem uso de drogas. Para enfrentar essa questão, a secretaria conta com o apoio da Guarda Municipal, que realiza rondas periódicas para coibir a presença de usuários e evitar invasões nos cemitérios”.