O município de Ananindeua completa 81 anos de existência nesta sexta-feira (3). A cidade da Região Metropolitana de Belém é a segunda mais populosa do Estado do Pará, com 478.778 habitantes, segundo o censo de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Porém, é uma cidade com muitos problemas para lidar. De acordo com o Ranking do Saneamento 2024, com as 100 cidades mais populosas do Brasil, Ananindeua ocupa o 90º lugar, com 36,62% dos moradores atendidos com rede de esgoto. O estudo foi desenvolvido pelo Instituto Trata Brasil, organização formada por empresas com interesse nos avanços do saneamento básico e na proteção dos recursos hídricos do país.
O DIÁRIO percorreu ontem (2) várias áreas da cidade para ouvir os moradores sobre como é morar por lá, além das vantagens e desafios em viver no município. Entre alguns dos problemas na cidade, a reportagem observou lixo acumulado em ruas e falta de abrigos nas paradas de ônibus e o abandono do Ginásio Almir Gabriel, conhecido como Abacatão.
Morador da Cidade Nova II há 29 anos, o pedreiro Armando Silva, 53, explica que gosta de morar na área por ter facilidade de acesso a serviços importantes, como supermercados e locais para lazer com a família.
“É tudo bem perto. Não preciso ir pra longe de onde eu moro”. Na opinião do Armando, um ponto que precisa melhorar em Ananindeua é a dificuldade com o transporte coletivo e a falta de abrigos nas paradas. “Além de ter poucos ônibus para a população, em muitas paradas não há estrutura para a gente se proteger do sol e da chuva”, comenta.
LIXO
O comerciante Cristóvão Rodrigues, 61, mora há três décadas na Cidade Nova VIII. Para ele, a cidade de Ananindeua tem pontos positivos, como opções de lazer e praças, mas que ainda precisa avançar um ponto fundamental para a população: os serviços relacionados à saúde no município.
De acordo com o comerciante, a saúde “é fundamental na vida de qualquer pessoa, mas em Ananindeua tem deixado a desejar”. Ainda segundo Cristóvão, geralmente nas unidades de saúde as consultas demoram para ser marcadas e não tem muitos exames disponíveis, tendo que recorrer a clínicas particulares.
Há 31 anos, a aposentada e comerciante Rosana Barata, 60, saiu do bairro do Guamá, em Belém, para morar na Cidade Nova VII, onde ajuda nos atendimentos do negócio do filho. A aposentada explica que saiu da capital paraense “por preferir mais calmaria”, e diz não se arrepender da decisão.
“Aqui é mais tranquilo do que quando morava lá pro Guamá. Sem falar que também tem locais que dá pra levar a família, como os balneários, ilhas e parques públicos”. Porém, Rosana destaca um problema que tem se tornado crônico em Ananindeua: a situação irregular na coleta de lixo. “Falta uma maior limpeza para evitar que o lixo fique acumulado nas ruas, como está ocorrendo toda vez”.
No Icuí, o autônomo Erivaldo Paiva, 58, mora no bairro há três décadas. Erivaldo destaca que acompanhou muitas mudanças, como o crescimento do bairro e o aumento da atividade comercial, beneficiando a população da área.
“O bairro foi sendo valorizado e assim muitas lojas foram se abrindo ao longo dos anos, o que deu mais movimento por aqui”. Um aspecto que precisa melhorar por lá, de acordo com Erivaldo, é a falta de ônibus para a população que depende deste tipo de condução para se locomover nos compromissos ao longo do dia. “Aqui demora muito a passar ônibus. Ficamos sem saber a quem recorrer”.
O DIÁRIO solicitou um posicionamento da Prefeitura de Ananindeua sobre as situações citadas na reportagem, mas até o fechamento desta edição não obteve retorno.