
Um abalo sísmico de magnitude 4.3 na escala Richter (mR) surpreendeu moradores de Parauapebas, no sudeste do Pará, durante a madrugada da última quinta-feira (3). O tremor, ocorrido por volta das 4h02, horário de Brasília, foi sentido pela população e registrado por diversas estações da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), sendo classificado como de intensidade moderada, analisado pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP) e pelo Observatório Nacional (ON).
Este foi o quarto sismo ocorrido no Estado do Pará apenas em 2025, e Parauapebas já havia registrado outro tremor em 9 de janeiro, de magnitude 2.8. Outros dois sismos ocorreram no mesmo mês em Novo Repartimento (2.3 mR) e Tucuruí (2.9 mR), ambos também localizados no sudeste paraense.
De acordo com o sismólogo Gilberto Leite, do Observatório Nacional (ON), os tremores de terra nessa região são relativamente comuns, e as magnitudes ficam entre 2 e 3, geralmente. Ele lembra que este é o maior tremor registrado em Parauapebas desde 1900, quando se iniciaram os catálogos sísmicos. Contudo, ainda que chame atenção, o especialista afirma que não há motivo para alarde.
“Eles são relativamente frequentes. Pequenos a moderados. Em janeiro de 2023 também tivemos um de 3.9 mR em Canaã dos Carajás. Mas com esse tipo de tremor [de 4.3], é importante seguir as orientações da Defesa Civil. É importante ficar em alerta, mas não há motivos para preocupação”.
A concentração dos fenômenos na região sudeste do Estado se deve, segundo Leite, às causas naturais. “A princípio, eles têm causa natural. Para determinar se é um evento antropogênico [causado por ações humanas] não é tão fácil nem rápido. Esses eventos, geralmente, estão ligados principalmente a falhas geológicas”, explica.
TERREMOTOS
Monitoramento e Previsão de Tremores
Leite esclarece que a ciência ainda não é capaz de prever terremotos com precisão. “Não tem como prever como a atividade sísmica vai evoluir. É monitorar e divulgar a ocorrência desses eventos. Normalmente, eles vêm acompanhados de eventos menores”, pontua.
O trabalho de monitoramento no Brasil é feito pela RSBR, coordenada pelo Observatório Nacional (ON/MCTI), com apoio do Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) e composta por quase 100 estações espalhadas pelo país. Permitindo detectar, processar e analisar os eventos em tempo real, essas estações são operadas pelo Centro de Sismologia da Universidade de São Paulo (USP), Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (Obsis/UnB), Laboratório Sismológico da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LabSis/UFRN) e Observatório Nacional (ON).
“Quando acontece um terremoto, ele é registrado por vários equipamentos da Rede Sismográfica Brasileira. A gente recebe esses dados, processa e determina o epicentro do terremoto”, detalha o sismólogo.