Pará

Agricultores de Curralinho profissionalizam produção de açaí para escolas

Agricultores de Curralinho profissionalizam produção de açaí para escolas Agricultores de Curralinho profissionalizam produção de açaí para escolas Agricultores de Curralinho profissionalizam produção de açaí para escolas Agricultores de Curralinho profissionalizam produção de açaí para escolas
O preço do açaí aumentou em janeiro de 2025. Veja como esse reajuste impacta o mercado e os consumidores.
Foto: Ag. Pará

De acordo com avaliação de especialistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), a recém-inaugurada unidade de processamento de polpa de frutas da Cooperativa Sementes do Marajó, em Curralinho, é a mais moderna estrutura do segmento em toda a região da Ilha do Marajó. O eixo inicial é sobre o açaí procedente do trabalho de 124 famílias de 15 comunidades na várzea dos rios Canaticu, Piriá e afluentes.

O alimento higienizado e embalado conforme os parâmetros da legislação vigente está abastecendo a merenda escolar do município e o dia a dia de crianças e adolescentes beneficiários de programas sociais de organizações não-governamentais (ONGs).

Os cooperados fornecedores são todos agricultores diretamente atendidos pelo escritório local da Emater, com orientação sobre extrativismo e manejo, apoio às organizações sociais, crédito rural e inserção em mercados governamentais.

De acordo com a Emater, o açaí produzido se destina às crianças e adolescentes consumidores, estudantes da rede pública, no contexto do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), ou participam de ações solidárias dos projetos Criança Alegria, Marajó Criança e da Paróquia São João Batista, no entendimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).

Em funcionamento desde o fim de junho e o início de julho, sob o apoio de Emater e parceiros e na escalada da safra, a tecnologia inovadora e os equipamentos de ponta ocupam uma área de 165 m² no bairro Marambaia, com capacidade de preparação de uma tonelada de açaí por dia.

“No caso do PAA, vem pela Aprepi [Associação dos Pequenos e Médios Agricultores, Extrativistas e Pescadores do Rio Ipanema], todos atendidos pela Emater, com açaí médio processado na Unidade da Sementes do Marajó, para mais de 800 crianças e adolescentes”, explica o chefe do escritório local da Emater em Curralinho, Artemas Ribeiro, engenheiro florestal.

Foto: Divulgação/Cooperativa

Sobre com o acompanhamento da Emater, a Cooperativa Sementes do Marajó existe há dez anos: nesse período, aumentou a adesão em quase 250% – dos 36 cooperados fundadores para os atuais 124.

O diretor-presidente da Entidade, Carlos Roberto Baratinha, reforça a importância da Emater na dinâmica e afirma que a Unidade de Processamento serve não só para açaí: o objetivo é aos poucos ampliar para outras frutas da agricultura familiar paraense. Uma das etapas mais imediatas é a certificação, como o Selo Artesanal, a partir da Agência de Defesa Agropecuária (Adepará).

“É um projeto-piloto. Depois vamos adaptando. A Emater tem um papel fundamental, importante parceira, estamos cuidando das certificações, a Emater realiza capacitações, mobiliza as comunidades, emite cafs [cadastros nacionais da agricultura familiar] individuais e jurídicas. A Unidade é um espaço qualificado para processar o açaí com qualidade, com segurança, seguindo os protocolos sanitários. Além do PAA e do PNAE, o excedente também é comercializado”, explica a Liderança.

Crédito Rural

Estratégia fundamental para a cadeia produtiva do açaí, o crédito rural tem servido sobretudo ao manejo dos açaizais nativos, o que aumenta a produção e a produtividade. Para as próximas semanas, a Emater prevê a liberação de cerca de R$ 150 mil em recursos totais da linha Banpará-Bio, daquele agente financeiro, com contemplação de 12 famílias. Cada família possui, em média, de 10 a 15 hectares.